A Shopee quer acirrar a guerra do comércio eletrônico e entregar compras dos consumidores no dia seguinte na cidade de São Paulo e região metropolitana. Em alguns casos, as compras podem ser entregues no mesmo dia.
A empresa asiática tem a maior parte dos seus lojistas no País, o que permite a entrega de mercadorias com agilidade. Segundo a companhia, 90% dos vendedores da plataforma são brasileiros, sendo que 85% dos artigos vendidos por esses lojistas tem origem nacional. Mercadorias de todas as categorias vendidas no aplicativo podem ser encontradas pelos consumidores ao utilizar o filtro de pesquisa chamado “entrega rápida”. Nessa modalidade, as entregas são feitas pelo vendedor.
“A nova opção de entrega até o dia seguinte faz parte do nosso compromisso em sempre oferecer a melhor experiência de compra. Queremos atender à crescente demanda dos consumidores brasileiros por compras online mais rápidas e confiáveis, ao mesmo tempo em que permitimos que os nossos vendedores aumentem a sua competitividade e alavanquem os seus negócios”, afirma Felipe Lima, chefe de desenvolvimento de negócios na Shopee.
Em 2024, a Shopee atingiu um marco importante no País. No segundo trimestre deste ano, a operação brasileira parou de perder dinheiro a cada pedido e tornou-se lucrativa. Agora, a empresa recebe US$ 0,09 por venda no País, enquanto perdia US$ 0,24 por pedido no mesmo período em 2023. Com isso, a empresa agora acelera a velocidade das entregas em busca de competir em pé de igualdade com os rivais.
Os concorrentes da companhia, como Mercado Livre e Magazine Luiza, já oferecem a entrega no dia seguinte há alguns anos, e em alguns casos até o mesmo dia.
No primeiro semestre deste ano, a Shopee passou a ocupar 69 mil m² no recém-inaugurado GLP Bandeirantes, centros de distribuição logística localizado nas cidades de Franco da Rocha e Cajamar, em SP. A empresa tem, no total, 11 centros de distribuição de mercadorias e mais de 100 hubs de última milha em todo o País.
Na visão de Fernando Moulin, sócio na consultoria Sponsorb e professor de experiência do cliente na ESPM, a entrega ágil é um diferencial competitivo importante, uma vez que o mercado atual pede isso.
“No mesmo contexto, as mercadorias dos principais grandes centros, estão cada vez mais suscetíveis às exigências do consumidor, fazendo com que as empresas tenham de entregar rapidamente. Players como Mercado Livre, Magalu e Amazon montaram estruturas logísticas muito fortes para atender essa demanda por entregas muito rápidas, que era uma desvantagem que a Shopee tinha em relação a outros players do mercado com os quais concorre”, afirma.
O sócio da consultoria Varese Retail, Alberto Serrentino, afirma que a taxação das blusinhas, que passou a tributar compras internacionais de menos de US$ 50, afetou pouco a Shopee, que tem se tornado cada vez mais focada no mercado nacional. “O cross-border (compras internacionais) foi importante para criar base, criar visibilidade, conseguir ganhar musculatura, poder ter escala e poder criar uma diferenciação para entrar no mercado, mas hoje o modelo deles é de competir como marketplace local”, diz.
O especialista afirma ainda que o ritmo de crescimento da empresa no País tem sido acelerado, mas pode atingir um patamar e permanecer nele para manter o lucro. “É muito difícil você conseguir manter o ritmo de crescimento que eles vêm tendo e, ao mesmo tempo, perseguir lucratividade. Mas, óbvio que a escala traz muito mais robustez para o modelo”, diz Serrentino.
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