Stuhlberger zera aposta no real e prevê mais alta de juros nos EUA

Sócio da gestora Verde Asset Management monitora corrida presidencial e manteve posição comprada em inflação implícita no País

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Foto do author Bruna  Camargo
Atualização:

A Verde Asset Management, gestora que tem como sócio Luis Stuhlberger, fez algumas movimentações em seu fundo multimercado. Em carta mensal, a equipe de gestão destaca que o fundo aumentou as posições tomadas em juros nos Estados Unidos (quando há expectativa de que o ativo vai subir). Também manteve posição comprada em inflação implícita no Brasil, em ouro, em petróleo e em alto rendimento (high yield) global. A alocação comprada em real via opções foi zerada.

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“O fundo Verde teve em julho ganhos nas posições de bolsa, tanto no Brasil quanto na parcela global. As posições de crédito high yield e petróleo também contribuíram positivamente. As perdas vieram da exposição em real e das posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos, além da posição comprada em [inflação] implícita no Brasil e da compra de ouro”, descreve a carta mensal.

No mês passado, o fundo multimercados teve retorno de 1,54% por conta da valorização (1,88%) da carteira (book) de ações. A carteira de moedas teve prejuízo de 0,20%. E a de renda fixa perdeu 1,08%.

Luis Stuhlberger, sócio da gestora Verde Asset, zerou aposta no real Foto: Denise Andrade/Estadão

A equipe da Verde destaca “a melhora dos mercados”, que começou no fim do mês de junho, ganhou fôlego e se estendeu até os primeiros dias de agosto. Na avaliação da gestora, os dois pontos que justificam isso são o “posicionamento de mercado extremamente exacerbado do lado negativo, fazendo com que qualquer pequena melhora provocasse um rally desproporcional à mudança de fundamentos” e “uma percepção de que as taxas de juros de prazo longo nos Estados Unidos (e, portanto, outros mercados) viram seu pico”. “A combinação de taxas de desconto mais comportadas e sentimento exageradamente pessimista causou um movimento bastante forte de melhora dos mercados”, diz.

De acordo com a Verde, o aumento de risco em Bolsa e crédito em junho “contribuiu de maneira importante para a performance do fundo neste mês, apesar das perdas nas posições tomadas em juros”.

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“Não esperávamos um rally de tal magnitude, mas víamos oportunidade de alocar capital a preços bem interessantes. Esta disciplina de gestão será fundamental para navegar um período que promete ainda ser bastante volátil”, pontua a gestora.

Com isso, outra movimentação no fundo multimercado da Verde foi aproveitar esse rally para reduzir a alocação em Bolsa global. Já a alocação em ações brasileiras foi mantida.

Corrida presidencial

“O mercado brasileiro também viu uma melhora, com menores prêmios de risco. Os fatores globais foram dominantes, embora o ruído local também tenha se reduzido, à medida que os políticos focam suas energias na campanha eleitoral. Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de ‘incumbente’ buscando reeleição”, descreve a carta. Segundo a gestora, “será interessante acompanhar a leitura dos mercados para tal fenômeno”.

Na semana passada, em painel durante feira de investimentos, Stuhlberger disse que a possibilidade de a corrida presidencial vir a revelar o Brasil como uma “república de bananas” não está nos preços dos ativos.

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