Acionistas da Toyota rejeitam proposta exigindo melhor desempenho em ‘carros verdes’

Investidores, capitaneados por um fundo dinamarquês, pediam que grupo investisse ‘mais e melhor’ no combate às mudanças climáticas

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Por Redação
Atualização:

Toyota, Japão (AP) - Os executivos da Toyota enfrentaram desafios, mas colheram elogios dos seus acionistas em uma assembleia geral anual realizada nesta quarta-feira, 14. Na reunião, os acionistas rejeitaram as exigências de que a montadora invista mais e melhor no combate às mudanças climáticas.

A proposta nesse sentido foi apresentada pelo AkademikerPension, um fundo de investimento dinamarquês que gerencia US$ 20 bilhões em investimentos. O fundo acusou a Toyota Motor Corp. de fazer lobby para enfraquecer os esforços dos governos de todo o mundo para eliminar gradualmente os motores a combustão.

Acionistas chegam à sede da Toyota para participar da reunião anual do grupo  Foto: Kyodo via Reuters

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Os acionistas, porém, rejeitaram a ideia, como esperado, na reunião realizada na Cidade de Toyota, centro do Japão. Cerca de 3.800 acionistas lotaram o salão da sede da companhia. A maioria das ações da Toyota é detida pela própria fabricante de veículos e suas subsidiárias, funcionários aposentados e outros que simpatizam com a perspectiva da empresa.

A proposta capitaneada pelo AkademikerPension também contestou a manutenção de Akio Toyoda, neto do fundador da empresa, no cargo de presidente do conselho de administração. O fundo argumentou que a empresa está atrasada em acompanhar a mudança global para veículos elétricos a bateria.

Toyoda e outros funcionários da empresa defenderam seus números “verdes”, observando que a Toyota está buscando a neutralidade de carbono, ou emissões líquidas de carbono zero, em sua linha até 2050.

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A resolução apresentada pelo fundo dinamarquês também foi apoiada pela empresa norueguesa de serviços financeiros Storebrand Asset Management e por uma empresa holandesa de investimentos em pensões, a APG Asset Management.

“Do ponto de vista do investimento, estamos preocupados que a Toyota esteja perdendo lucros com o aumento das vendas de veículos elétricos, colocando em risco sua marca valiosa e consolidando seu status de retardatária global”, disse Anders Schelde, diretor de investimentos do fundo dinamarquês, em comunicado antes da reunião.

Outros por trás da proposta disseram que a Toyota precisa cumprir seu compromisso com o Acordo de Paris, um tratado internacional para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

“A Toyota desempenha um papel fundamental na indústria automotiva japonesa, que lidera a manufatura e a economia do país”, disse Herman Slooijer, diretor de investimentos do APG Asset Management.

Funcionários da Toyota enfatizaram que, em vez de se concentrar apenas em veículos elétricos a bateria, a empresa buscava várias opções de energia, incluindo híbridos, plug-ins e veículos movidos a hidrogênio.

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“Várias opções precisam ser preparadas”, disse Masahiro Yamamoto, um dos executivos. “O importante é transmitir melhor nossos esforços a todos os acionistas.”

O presidente da empresa, Koji Sato, reconheceu que a Toyota ficou para trás em veículos elétricos (EVs) a bateria e precisa recuperar o atraso. Ele tentou garantir aos acionistas que a empresa está trabalhando duro para “mover o coração das pessoas”, com base em um estilo de gestão orientado para a equipe.

As mais recentes iniciativas ambientais da Toyota incluem o desenvolvimento da bateria totalmente em estado sólido para veículos elétricos já em 2027.

Protestos

Do lado de fora do local onde a reunião foi realizada, vários manifestantes ligados ao Greenpeace seguravam uma placa que dizia: “Sem carros movidos a combustíveis fósseis até 2030″. Essa meta significa duas décadas antes do objetivo traçado pela Toyota.

“A diversidade de tecnologia é certamente algo com o qual posso concordar, em princípio”, disse Daniel Read, que supervisiona as campanhas climáticas e energéticas do Greenpeace. “Mas, na verdade, as opções são bastante limitadas.”

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Veículos a bateria e hidrogênio verde, usando hidrogênio feito com energia renovável, não com combustíveis fósseis, são as melhores opções, disse ele.

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