Vale revê investimentos com foco em carvão e cobre

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A Vale vai adicionar "uma Rio Tinto" de minério de ferro na sua produção nos próximos anos e pretende elevar seus investimentos para alavancar outros produtos, principalmente carvão e cobre, de preferência por meio de crescimento orgânico, afirmou o presidente da companhia, Roger Agnelli. Aquisições, no entanto, não são descartadas, mas somente as que tragam valor para os acionistas, ressaltou o executivo, que classificou 2008 como "o melhor ano da história da Vale". Um dia depois de divulgar o resultado financeiro no segundo trimestre, no qual o lucro foi castigado pela variação cambial, mas receita e produção bateram recordes, a Vale estuda elevar os investimentos programados de 59 bilhões de dólares até 2012. O novo valor será divulgado em alguns meses, segundo Agnelli. "Estamos avaliando hoje estudos de viabilidade para crescer além disso (59 bilhões de dólares), principalmente no carvão e no cobre, estamos dimensionando o que será necessário", disse Agnelli a jornalistas. Em minério de ferro, a empresa prevê atingir neste ano produção de 325 milhões de toneladas, subindo para 422 milhões de toneladas em 2012, ressaltou ele, prevendo ajuste novamente positivo para o preço da commodity no próximo ano. Em 2008, o minério da Vale subiu 65 e 71 por cento. Para o carvão, o executivo antecipou que uma das alternativas seria o início da fase 2 do projeto da Vale em Moatize, em Moçambique, que ajudaria a companhia a elevar a previsão de produção do mineral de 15 para 40 milhões de toneladas anuais em 2012. Já para o cobre, além dos projetos em andamento, a empresa poderá optar por dobrar o projeto de Salobo, no Pará, de 100 para 200 mil toneladas anuais. "Dentro dos 59 (bilhões de dólares) de investimentos, a gente considera Salobo como 100 mil toneladas, e pode já tomar a decisão, que ainda está em tempo, de dobrar Salobo", afirmou. PROJETO VERMELHO NA PRATELEIRA Por outro lado, o projeto de níquel Vermelho, também no Pará, poderá ser colocado na prateleira devido ao desafio tecnológico que representa, explicou Agnelli. "Estamos reavaliando Vermelho, o mercado como um todo avalia que os preços vão estar menores no longo prazo... é melhor colocar ele um pouquinho em prateleira e olhar em outros projetos", disse o executivo. No segundo trimestre, o níquel foi um dos poucos produtos da empresa que tiveram queda na receita em relação há um ano. O metal, que cresceu de importância na receita da Vale depois da compra da canadense Inco, perdeu mais da metade de seu valor em um ano. Mesmo assim, Agnelli afirmou que o negócio com a empresa canadense valeu a pena. "Quando compramos a Inco projetamos a tonelada do níquel a 9 mil dólares a toneladas, já esteve 55 mil (dólares) e agora está 18 (mil dólares), o dobro do que prevíamos", explicou. Entre os projetos de níquel que serão priorizados estão os dois "gigantes", segundo Agnelli, Goro e Onça Puma, além de pequenos como o de São João do Piauí, de 25 mil toneladas anuais. "Temos dois processos vindo aí em produção, dois gigantes, Goro, de 65 mil toneladas/ano em outubro, e Onça Puma, com mais 60 mil toneladas/ano... o mercado está abastecido no curto prazo", disse Agnelli.

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