A Reserva, marca de vestuário e estilo de vida, e a Petlove, varejista de itens para animais de estimação, decidiram criar uma nova categoria de produto no mercado de consumo: moda com grife para pets. Os dois grupos, que faturaram no ano passado mais de R$ 1 bilhão cada um, se uniram para lançar 100 itens para cães a partir desta quarta-feira (22).
A nova marca Reserva pra Cachorro vai batizar roupas e acessórios. Uma capa de chuva, por exemplo, custa R$ 259; gravatas e bandanas saem por mais de R$ 89; brinquedos, acima de R$ 79; coleiras, mais de R$ 99. São produtos para o público das classes A e B, o mesmo que já compra artigos de vestuário da Reserva. Ainda neste ano, a parceria prevê linhas de itens para gatos também.
“O mercado de lifestyle para pets está só no começo, vai crescer muito”, prevê a CEO da Petlove, Talita Lacerda. Na sua avaliação, há uma grande carência na oferta de itens de qualidade e com estilo para os pets.
No ano passado, as vendas de produtos e serviços para animais de estimação atingiram R$ 60 bilhões e cresceram 16,4%, segundo o Instituto Pet Brasil. O segmento de artigos de moda para pessoas de todas as classes sociais gira anualmente em R$ 110 bilhões, observa Rony Meisler, CEO da Reserva.
Na jornada de consumo de itens para pets, a ração ocupa o primeiro lugar, seguida por cuidados médicos e itens discricionários, diz Talita. Ela observa que levantamentos mostram que as compras não estão relacionadas com a classe social do tutor, mas com o local onde o pet dorme. Animais que dormem na cama do tutor são alvo de gasto maior do que os que ficam no quintal, explica.
A Reserva já tem itens de moda masculina, feminina e infantil. A decisão de entrar no novo segmento foi tomada pela companhia após conversas com consumidores que deixaram clara a demanda não atendida por produtos de grife para pets, conta Meisler. “A família contemporânea é cada vez mais multi espécie: vou comprar uma roupa para o meu filho, para a minha filha e para o meu outro filho, que é um pet”, diz o executivo.
Para estrear nesse mercado, o executivo diz que faltava um parceiro do ramo. Talita conta que a Petlove será responsável pela fabricação dos produtos com os seus fornecedores, enquanto a Reserva fica com o design e a estampa. Meisler conta que a coleira da marca, por exemplo, foi desenhada visando o conforto do animal.
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Ambos os executivos não revelam quanto foi investido no projeto nem as metas de vendas. Num primeiro momento, os itens serão vendidos nas lojas físicas e virtuais da Reserva e da Petlove. O plano não prevê no momento a venda dos itens em lojas de terceiros. No futuro, Meisler não descarta a possibilidade de ter um site e uma loja física específica para a venda desses produtos. “Sonhamos com todas as possibilidades”, diz Meisler.
Negócio pioneiro e de baixo risco
O consultor de varejo e sócio da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, Eugênio Foganholo, considera “brilhante” a iniciativa da parceria entre a Reserva e a Petlove e diz que o risco de insucesso nessa investida é mínimo. “Cada vez mais os pets são considerados membros da família e boa parte dos tutores são muito generosos quando abrem a carteira com os animais de estimação”, afirma o consultor.
Além disso, a iniciativa, segundo Foganholo, complementa a oferta de produtos para os animais de estimação. Alimentos, produtos de higiene, medicamentos são segmentos muito explorados. Já em moda com grife para pets ninguém estava atuando. “Eles serão os pioneiros”, afirma.
Com essa iniciativa, a Petlove se diferencia em relação aos s concorrentes, diz Foganholo. No caso da Reserva, ele não tem dúvidas de que a empresa está buscando alternativas para o mercado de consumo de itens de vestuário que se transformou com a pandemia. “Mas não me parece que essa tenha sido a questão central”, pondera.
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