Volkswagen alega ‘estagnação do mercado’ e suspende produção em três fábricas

Empresa diz que medidas estão previstas em acordo coletivo firmado com o sindicato; GM, Hyndai e Renault também vão parar produção

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Foto do author Cleide Silva
Atualização:

A Volkswagen vai parar a produção nas suas três fábricas de automóveis no Brasil devido à estagnação do mercado, mesmo após as medidas do governo federal, lançadas no início do mês, para ampliar as vendas de modelos que custam até R$ 120 mil.

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Segundo a montadora, a fábrica de São José dos Pinhais (PR), onde é produzido o modelo T-Cross, já está com um turno em layoff (suspensão temporária de contratos de trabalho) desde o dia 5, com duração prevista de dois a cinco meses). O outro turno parou as atividades na segunda-feira, 26, e retorna no dia 3, mas os funcionários terão o período de paralisação descontados do banco de horas.

A unidade de Taubaté (SP), onde são fabricados o Polo Track (único da marca a ser beneficiado pelo pacote do governo) e o Novo Polo, estará com os dois turnos de produção interrompidos no mesmo período, também em regime de banco de horas.

Já a fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), que produz o Virtus, Novo Polo, Nivus e Saveiro, protocolou férias coletivas de dez dias para seus dois turnos de produção a partir de 10 de julho. Somente a planta de motores em São Carlos (SP) segue funcionando normalmente.

Fábrica Anchieta, da Volks, em São Bernardo do Campo (SP), protocolou férias coletivas de dez dias para seus dois turnos de produção a partir de 10 de julho Foto: Roosevelt Cassio/Reuters

A empresa informa que “todas as ferramentas de flexibilização estão previstas em Acordo Coletivo firmado entre o Sindicato dos Metalúrgicos e colaboradores da Volkswagen”.

GM, Hyndai e Renault também param

A General Motors pretende colocar em lay-off 1,2 mil trabalhadores da fábrica de São José dos Campos (SP) por até dez meses a partir de segunda-feira, 3. A unidade emprega cerca de 4 mil pessoas e produz os modelos S10 e Trailblazer, além de componentes. Nenhum dos dois veículos entrou no pacote de desconto.

Em assembleia na tarde desta terça-feira, trabalhadores e o Sindicato dos Metalúrgicos local faria aprovaram a dispensa após algumas exigências serem atendidas pela empresa, como estabilidade no emprego enquanto durar a suspensão.

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No início do mês, a Hyundai interrompeu a produção do HB20 em Piracicaba (SP) por três dias que emendaram com o feriado de Corpus Christi, permanecendo parada por uma semana. A Renault também suspendeu a produção em São José dos Pinhas por uma semana neste mês, apesar de o preço da versão de entrada do compacto Kwid, um dos modelos produzidos na fábrica, ter caído para R$ 58.990 depois do desconto de R$ 10 mil anunciado após as medidas do governo. A empresa informa que deixou de produzir cerca de 3,8 mil carros nesse período de férias coletivas.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), houve grande aumento de fluxo de visitas às concessionárias desde o anúncio do pacote que concede, por parte do governo, de R$ 2 mil a R$ 8 mil de descontos, além de bônus extras oferecidos pelas próprias fabricantes. O programa deve terminar ainda nesta semana já que o montante liberado pelo governo como incentivo, de R$ 500 milhões, está prestes a acabar.

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