Os países da zona do euro devem caminhar para a integração política e fiscal nos próximos anos, inclusive com a existência de um Tesouro único, acredita o comissário europeu Joaquín Almunia. Para ele, "é impossível" que algum membro deixe a moeda comum.
Diante da crise de dívida soberana, Almunia avalia que a região precisa aumentar as iniciativas de interação, de forma a fortalecer o bloco. "A união monetária vai exigir integração política", afirmou, durante o 10.º Encontro Santander - América Latina, realizado hoje (4) em Santander.
Segundo ele, é preciso reconhecer que as decisões políticas devem ser coordenadas na região, pois "os membros não podem ficar de braços cruzados enquanto os outros constroem desequilíbrios".
Almunia também acredita que a zona do euro irá avançar passo a passo para a configuração de um Tesouro comum, produzindo assim uma integração fiscal. Ele vê "muita cacofonia, muitas vozes e excesso de atores" que dificultam a tomada de decisão. "As dificuldades são evidentes, mas estamos caminhando e todas as decisões apontam para maior grau de integração na zona do euro", disse.
Para o comissário, um dos questionamentos recai sobre o papel dos dez países da União Europeia que hoje não fazem parte da zona do euro. Essa seria uma "grande interrogação" para o futuro do bloco.
Almunia lembrou que o euro é um projeto político de integração europeia, e não apenas econômico. Por isso, os integrantes farão todo o necessário para evitar um default na região. "Ninguém vai sair do euro, essa não é uma alternativa."
Ele reconhece que a integração na Europa ocorre de forma lenta, mas avalia que o processo seguirá avançando. Como exemplo, citou a criação do mecanismo permanente de resgate para países em dificuldades, algo impensável há três anos.
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