A Zurich Airport AG foi a vencedora do leilão de relicitação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (ASGA), localizado no Rio Grande do Norte. A oferta ganhadora foi de R$ R$ 320.000.012,00, com ágio de 41%. A disputa ocorreu nesta sexta-feira, 19, na sede da B3, em São Paulo. Foi o primeiro leilão de concessão realizado pelo governo Lula.
O leilão foi disputado entre a empresa ganhadora e a NK 230 Empreendimentos e Participações, da XP Infra. O segundo maior lance foi de R$ 320.000.011,00. Ou seja, perdeu por apenas R$ 1 de diferença. A disputa começou com a abertura dos envelopes em que a Zurich ofereceu R$ 250 milhões e a NK, R$ 230 milhões.
Em seguida o certame foi para o viva-voz, em que a regra determinava propostas acima de R$ 5 milhões cada. Só nessa etapa, foram 26 ofertas das duas concorrentes. Para ganhar, a NK teria de elevar sua aposta para R$ 325 milhões e contar que a Zurich não cobrisse. Mas a empresa da XP desistiu do leilão. A diferença de R$ 1 deveu-se ao acúmulo das proposta. Em alguns momentos as empresas ofereciam R$ 5.000.001,00 outras R$ 5.000.002,00.
O lance mínimo estipulado pelo governo era de R$ 226,9 milhões e o novo contrato de concessão terá duração de 30 anos. Os valores projetados para o contrato contemplam uma receita estimada para toda a concessão de R$ 1,32 bilhão.
A relicitação ocorreu após a operadora Inframerica Concessionária do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante devolver voluntariamente a concessão para o poder público em 2020.
Situado no município de São Gonçalo do Amarante, o ASGA está a 18 quilômetros do Porto de Natal e a 30 quilômetros do centro da capital potiguar. O terminal foi o primeiro do País a ser concedido à iniciativa privada, em 2011.
Dificuldades para a relicitação
Na avaliação de Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, o leilão reforçou que é possível conciliar o público e privado nas operações de infraestrutura. Ele destacou ainda que o presidente Lula solicitou celeridade ao processo de relicitação. No entanto, como se tratava do primeiro realizado nesse formato e pelo novo governo, considera natural ter encontrado dificuldades no caminho.
“Estamos felizes de ter conseguido realizar ainda no primeiro semestre. A nova operadora vai poder organizar a operação já para o próximo verão”, disse, durante a cerimônia de batida de martelo. Para o ministro, o ágio do leilão é menos importante, já que os valores já chegaram a ser muito altos em certames anteriores, inviabilizando a operação. “Queremos que o operador possa trabalhar com tranquilidade para oferecer um bom serviço”, disse.
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Já a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, avaliou que o tempo em que o aeroporto ficou travado, após a devolução para o poder público, trouxe muitos prejuízos para o Estado. Por isso, comemorou o resultado. “O leilão foi exitoso e estamos dando um passo muito importante.”
Nos últimos meses, diversos investidores buscaram informações sobre o aeroporto, cuja administração foi transferida à iniciativa privada pela primeira vez em 2011, no governo de Dilma Rousseff (PT). No início de fevereiro, por exemplo, representantes de operadores como Fraport, Vinci, Zurich, CCR, Inframerica, Aena participaram de um roadshow para apresentar o projeto a potenciais interessados, mas não foram adiante para apresentar uma proposta. Especialistas já avaliam que, pelo perfil do aeroporto, faria sentido a Zurich disputar o ativo. A suíça Zurich opera os terminais de Florianópolis, Macaé e Vitória.
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