Nestlé vai restaurar 4 mil hectares de Cerrado e Mata Atlântica com plantio de 6 milhões de árvores

Projeto é parte da meta global da empresa de plantar 200 milhões de árvores nativas até 2030 em biomas onde há produção de ingredientes usados pela companhia em todo o mundo

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Foto do author Beatriz Bulla

A Nestlé Brasil anunciou que irá restaurar quatro mil hectares de áreas degradadas de Cerrado e de Mata Atlântica, com o plantio de seis milhões de árvores e o cultivo dessas espécies durante 30 anos. O projeto é parte da meta global da empresa de plantar 200 milhões de árvores nativas até 2030 em biomas onde há produção de ingredientes usados pela companhia em todo o mundo. No Brasil, o programa será implementado em Minas Gerais, onde a empresa tem fornecedores de leite, café e cacau.

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“É fundamental fazer esse esse cruzamento entre, obviamente, a necessidade de restaurar a natureza, mas ao mesmo tempo o que é relevante para o nosso negócio, para garantir que a gente também tenha uma sustentabilidade ao longo do tempo”, afirma Barbara Sapunar, diretora executiva de Business Transformation na Nestlé Brasil.

Dois terços das emissões de carbono da Nestlé Brasil vêm das práticas agrícolas, o que faz com que a preocupação com a agricultura seja o principal pilar dos programas de sustentabilidade da companhia, que planeja ser carbono neutro em 2050.

O plano de Nestlé Brasil é comemorado na companha como o maior projeto de restauração ambiental lançado no País até agora. Em entrevista ao Estadão, o CEO da empresa, Marcelo Melchior, afirma que o objetivo é ampliar o programa, conforme ele for testado e consolidado. “Tenho a convicção de que nós seremos muito mais ambiciosos”, afirma o executivo.

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Só no ano passado, mais de 1,110 milhão de hectares foi derrubado no Cerrado brasileiro, e o bioma ultrapassou, pela primeira vez, a devastação na Amazônia, segundo o Relatório Anual do Desmatamento lançado em maio pelo MapBiomas. Na Mata Atlântica, foram devastadas áreas equivalentes a 200 campos de futebol por dia, em 2023.

Barbara Sapunar, diretora executiva de Business Transformation da Nestlé Brasil Foto: Leo Martins/Estadão

As mudas virão de viveiros da região, segundo a empresa, e serão plantadas até 2027. Serão 100 espécies nativas diferentes plantadas no entorno de nascentes, córregos e rios que fazem parte das bacias hidrográficas dos rios Doce e São Francisco.

“A ideia é que a gente tenha viveiros locais que gerem essas mudas. Acreditamos muito nessa diversidade de plantio de mudas para garantir que a gente consiga realmente recriar essa biodiversidade própria do bioma. E esses viveiros estarão aí identificados dentro desse território, criando eventualmente renda também para os moradores”, afirma Sapunar.

Os proprietários de terra que aceitarem ceder área de seu território para o projeto podem ou não ser fornecedores da Nestlé. A empresa no Brasil se comprometeu a, até 2025, comprar 30% das principais matérias-primas (leite, café e cacau) de propriedades que usam técnicas de agricultura regenerativa.

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O financiamento será integralmente feito pela Nestlé e o projeto será gerenciado pela empresa australiana NatureCo. A parceira local para o projeto é a ONG mineira Instituto Espinhaço, que tem foco em reflorestamento para recuperação de bacias hidrográficas.

O produtor que aceitar participar do programa vai receber US$ 75 (o equivalente a R$ 412) por hectare, no momento do plantio, além de ter direito a 10% do total de créditos de carbono gerados durante o projeto. O fazendeiro também vai ter apoio para a regularização ambiental da propriedade, além de ter outros benefícios ligados ao restauro da área que têm potencial de aumentar a produtividade e a renda das propriedades participantes.

A Nestlé Brasil não divulgou qual foi o valor do investimento no novo projeto no Brasil, que estará concentrado no Estado de Minas Gerais, e nem quanto de carbono a companhia espera compensar com o plantio das seis milhões de árvores.

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