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Noronha, do Bradesco, diz esperar transição tranquila no BC: ‘Não estou perdendo meu sono com isso’

Executivo afirma não trabalhar com perspectiva de os juros voltarem a subir no Brasil e diz acreditar que governo conseguirá fazer um ‘Orçamento adequado’

O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, disse nesta terça-feira, 25, esperar que a transição de comando do Banco Central, em meio a críticas de Luiz Inácio Lula da Silva ao atual presidente, Roberto Campos Neto, seja “equilibrada, tranquila”.

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“Tem gente que se perturba mais com isso. Eu não estou perdendo meu sono com isso, não”, comentou com jornalistas após debate sobre inteligência artificial no Febraban Tech.

Questionado sobre a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve os juros em 10,5% ao ano, Noronha avalia que o documento não trouxe diferenças em relação ao comunicado final da reunião, que mostrou uma decisão unânime entre os dirigentes do Banco Central.

“Eu acho que ela não saiu nada de diferente. Houve uma mudança da taxa neutra para 4,75%, mas o tom foi o mesmo, não mudou nada”, disse o presidente do Bradesco.

Para presidente do Bradesco, Haddad tem 'trabalhado intensamente' em busca do equilíbrio fiscal Foto: Werther Santana/Estadão

Ele disse que não trabalha com a perspectiva de os juros voltarem a subir no Brasil. A leitura da comunicação recente do BC, disse ele, é que não parece ter essa vontade na instituição, que está optando por segurar a taxa e ver o comportamento das variáveis daqui para a frente.

O Bradesco trabalhava com uma taxa de juros final de um dígito, mas passou a ver os juros na casa dos 10%.

“A gente, obviamente, gostaria, como brasileiro, de ver taxas menores. Mas veja só, aqui não cabe contestação a aspectos técnicos, cabe acompanhamento”, afirmou. “É preciso acompanhar o comportamento da inflação e da taxa de juros nos Estados Unidos”, completou.

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Orçamento adequado

O presidente do Bradesco disse ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem “trabalhado intensamente” em busca do equilíbrio fiscal, tema que tem incomodado o mercado.

“Acreditamos que a Fazenda vai, efetivamente, se articular e conseguir, junto com o Ministério do Planejamento, fazer o orçamento adequado”, afirmou.

Um teste importante para a Fazenda será a Lei de Diretrizes Orçamentárias, em discussão com o Congresso. “Tem a LDO agora para agosto, vamos ver como é que eles vão se sair”, disse.

Noronha afirmou estar mais construtivo com o cenário, em um momento em que participantes do mercado têm mostrado pessimismo. “Eu não estou com a visão tão pessimista quanto muita gente aqui.” O Bradesco espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na casa dos 2% e a inflação medida pelo IPCA podendo ficar abaixo de 3,9%.

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