Um dos encontros anuais mais importantes - ao lado da Assembleia Geral das Nações Unidas -, o Fórum Econômico Mundial de Davos é um ponto de encontro entre líderes e grandes personalidades do mundo todo. Na reunião, que já acontece há 50 anos na cidade suíça, são discutidos os rumos para a economia e a política mundia.
Em 2020, Davos terá como tema principal questões ligadas ao meio ambiente. Um possível reencontro entre o presidente norte-americano Donald Trump e Greta Thunberg, a jovem ativista sueca, algo que não acontece desde setembro, na ONU, deve movimentar o evento.
O que é o Fórum de Davos?
Todos os anos, no fim de janeiro, os principais líderes mundiais viajam para a cidade de Davos, nos Alpes suíços, para participar do Fórum Econômico Mundial, uma fundação sem fins lucrativos criada em 1971, pelo alemão Klaus Schwab, com sede em Genebra. O evento serve essencialmente para que os líderes mundiais ampliem suas redes de contatos, ao mesmo tempo em que discutem temas de interesse econômico, político e social. Além da reunião principal na Suíça, há encontros ao longo do ano no Catar, Chile, Rússia e China.
Apesar dos vários eventos simultâneos, o foco principal de Davos é a reunião anual, que em 2020 ocorre entre os dias 21 e 24 de janeiro. Durante os quatro dias de palestras, os presidentes das principais empresas do mundo recebem políticos, artistas, acadêmicos, líderes religiosos, sindicalistas e ativistas de diversas organizações não-governamentais.
Quem participa do Fórum Econômico Mundial de Davos?
Em 2020, Trump vai marcar presença na reunião, após ter faltado em 2019. Quem também vai comparecer ao local é a ativista sueca Greta Thunberg, de 17 anos, eleita a personalidade do ano pela revista Time. Não há previsão de o líder dos EUA e a jovem se encontrarem em algum momento em Davos.
Representando a América Latina, estará o apresentador brasileiro Luciano Huck, que deve falar sobre a crise política do Brasil e da ausência de medidas direcionadas ao combate da desigualdade.
O governador de São Paulo, João Doria, também é esperado no local. Ele quer conseguir firmar pelo menos 20 projetos de privatização e desestatização, o que traria R$ 40 bilhões aos cofres do Estado.
Líderes europeus como Emmanuel Macron, Angela Merkel e Boris Johnson, homem à frente do Brexit, confirmaram presença em Davos. Outros 50 chefes de estado também participam do encontro.
Ao todo, o fórum receberá 3 mil pessoas. Desse total, segundo a Bloomberg, 100 são bilionários de altíssima influência, cuja soma das riquezas gira em torno dos US$ 500 bilhões - entre eles, está o fundador da Huawei, Ren Zhengfei. Apenas 33 dos bilionários são dos Estados Unidos, enquanto que outros 19 são da Índia e 7 da Rússia.
Quais serão os principais temas discutidos em Davos em 2020?
Pautado pelos últimos acontecimentos ambientais, o fórum deste ano vai focar na sustentabilidade e no clima. “As pessoas estão se revoltando porque acreditam que foram traídas pelas ‘elites’ econômicas, e nossos esforços para manter o aquecimento global em um limite de 1,5°C estão perigosamente lentos”, diz Klaus Schwab em um manifesto.
Nesse sentido, a expectativa é que uma pressão ainda maior seja colocada sobre o governo brasileiro, em relação às queimadas e desmatamento na Amazônia. Trump deve ser novamente questionado sobre a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris e os incêndios da Austrália também devem entrar na pauta.
E com a missão de ser o fórum mais sustentável de toda a história, essa edição de Davos será pautada por sete temas, que serão abordados em sete reuniões diferentes. São eles:
- Como salvar o planeta
- Sociedade e futuro do trabalho
- Tecnologia para o bem
- Economias mais justas
- Melhores negócios
- Futuros saudáveis
- Geopolítica mundial
Bolsonaro vai participar do Fórum de Davos 2020?
Com um cancelamento de última hora, Jair Bolsonaro não vai representar o País em Davos. Sem dar muitos detalhes, ele chegou a dizer que o "mundo tem seus problemas, questão de segurança".
O porta-voz da presidência, Otávio Rego Barros, apenas informou que o presidente e sua equipe "observaram uma série de aspectos", dentre os quais estavam questões econômicas, políticas e de segurança. A viagem de Bolsonaro à Índia, entre os dias 24 e 27, também foi apontada como um dos fatores que teriam impedido sua ida ao Fórum.
Quem representará o Brasil em Davos em 2020?
Encarregado de representar o País estará o ministro da Economia, Paulo Guedes, que já disse em entrevistas anteriores que vai até a Suíça para "vender o Brasil". O secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, vai acompanhá-lo na missão.
Em Davos, ambos querem mostrar o amadurecimento da economia brasileira e provar que apesar do calendário atrasado e de alguns erros cometidos, o País segue comprometido com a sua agenda de reformas, já tendo saído da "margem de abismo fiscal", segundo Guedes.
A ideia dos dois representes brasileiros, é conseguir construir uma visão forte o bastante, que ajude a acelerar a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE.
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