BRASÍLIA E SÃO PAULO - O Conselho da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aprovou nesta sexta-feira, 10, o roadmap (roteiro) do Brasil para iniciar formalmente o processo de entrada do País na entidade que tem sede em Paris. A decisão foi em nível ministerial e apenas pode ir adiante quando é determinada por consenso.
A aprovação do chamado "Accession Roadmap" (Roteiro de Acessão, em tradução livre) é uma das etapas obrigatórias para que um novo membro ingresse na OCDE. O roadmap é um roteiro que o país candidato precisa cumprir para se integrar à instituição. Entre outros pontos, o roteiro define quais comitês examinarão as políticas dos países e os critérios do exame.
Além do Brasil, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia também avançaram no pleito por adesão à entidade. Uma das notáveis ausências na lista é a da Argentina, embora as discussões oficiais para a acessão de Buenos Aires tenham sido iniciadas ao mesmo tempo que as de Brasília, em janeiro.
Por causa da crise dos combustíveis, o ministro da Economia, Paulo Guedes, preferiu permanecer no Brasil em vez de ir a Paris acompanhar o trâmite. O chefe da delegação foi o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, também viajou para a França.
O relatório apresenta uma série de termos, condições e processos para que a admissão seja efetiva. A partir dele, a organização estabelece comitês que farão uma avaliação técnica dos países, para entregá-las ao Conselho.
Bolsonaro comemora
O presidente Jair Bolsonaro foi ao Twitter comemorar a aprovação do roadmap do Brasil pela OCDE.
“A OCDE, que reúne países comprometidos com a democracia e com as melhores práticas de governo, aprovou hoje o plano para o nosso ingresso na entidade. É o Brasil deixando para trás as alianças com ditaduras socialistas e consolidando parcerias benéficas para nossa nação”, escreveu o presidente na rede social.
Bolsonaro ainda destacou que o Brasil “trabalhou duro” para viabilizar sua entrada na OCDE. "Reunimos apoio de todos os países membros e estamos finalmente sendo reconhecidos”, publicou o chefe do Executivo, reiterando críticas à imprensa. “Este avanço, que cresceu no meu governo, demonstra mais uma vez a discrepância entre as narrativas de parte da imprensa e a realidade.”
O governo federal mobilizou esforços para acelerar a adesão do Brasil à OCDE, também com o objetivo de utilizar o trunfo na campanha eleitoral. / COLABOROU EDUARDO GAYER
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