A Adnoc, estatal de petróleo de Abu Dhabi, e o fundo de private equity americano Apollo querem comprar o controle da Braskem. Para tentar avançar com o negócio, ofereceram perto de US$ 7,2 bilhões - R$ 36 bilhões por uma das maiores petroquímicas do mundo, atualmente nas mãos da Petrobras e da Novonor (antiga Odebrecht). A esse preço, cada ação da empresa sairia a R$ 47, um prêmio alto em relação aos níveis atuais do papel, que fechou ontem em R$ 19,22.
A proposta foi apresentada ao governo, dono da Petrobras, e aos bancos credores - Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - nesta sexta-feira. A grande dúvida é saber como será recebida pelo novo governo, que vem se mostrando contrário à desestatização e ainda está definindo qual será o papel da Petrobras.
A venda da Braskem vem sendo arrastada há pelo menos três anos, após chegar muito próximo de ser fechada com a multinacional LyondellBasell, em 2019. No início do ano passado, uma oferta bilionária de ações em bolsa foi abortada na última hora, após os bancos credores perceberem que a operação só iria adiante com as ações vendidas a R$ 40.
No meio do ano passado, alguns interessados começaram a se manifestar, entre eles a gestora norte-americana Apollo, que apresentou proposta envolvendo a compra de toda a Braskem, ou seja, incluindo-se a parte da Petrobras. A oferta era de R$ 47 a R$ 50 por ação da Braskem.
A holding J&F, que controla a JBS e o banco Original, também informou que pretendia entrar na disputa. Outros nomes que olharam a petroquímica foram a Ultrapar e o BTG Pactual, que queria comprar a dívida. Procurada, a Novonor não comentou.
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