RIO - A Petrobras informou na manhã desta quarta-feira, 22, que vai reduzir o preço do litro do diesel em R$ 0,18 a partir desta quinta, 23, nas suas refinarias. O preço para as distribuidoras vai passar de R$ 4,02 para R$ 3,84 por litro. O combustível não era reajustado pela estatal havia 22 dias. Antes da queda anunciada nesta quarta-feira, registrava preços no mercado interno em paridade ou acima do mercado internacional, dependendo do polo de comparação.
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“Considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,45 a cada litro vendido na bomba.”
De acordo com a estatal, a redução tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da Petrobras frente às principais alternativas de suprimento. A refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, braço do fundo árabe Mubadala no Brasil, ao contrário da estatal, tem reduzido semanalmente o preço dos combustíveis. No mercado baiano o preço do diesel está em paridade com o Golfo do México, enquanto a gasolina está com o preço 3% acima do mercado internacional.
Na Petrobras, a gasolina está em paridade com os preços externos e o diesel registrava uma diferença positiva de R$ 0,10 o litro, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Inflação
Na avaliação do economista da Garde Asset Luis Menon, a redução de R$ 0,18 deve trazer impacto de negativo de 0,01 ponto porcentual para o IPCA, o índice oficial de inflação, de abril. Com isso, a projeção da Garde Asset para a leitura do mês passou de 0,65% para 0,64%. A projeção para o IPCA ao final de 2023 se manteve em 6,10%.
“Como o diesel tem peso muito baixo na inflação, não vemos, até esse momento, um efeito indireto na cadeia, levando a uma redução de preços de fretes, por exemplo”, avalia Menon. O economista calcula que, com os cortes, o efeito vai ser de uma redução de cerca de 3% no preço do litro do diesel na bomba, para o consumidor final.
Na avaliação de Menon, os cortes estão alinhados com as cotações internacionais do diesel, e não configuram interferência do governo sobre os preços. “Tinha espaço para cortar, o petróleo teve quedas importantes recentemente”, afirma.
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