Os escândalos que mancharam a credibilidade do Credit Suisse nos últimos anos

Desde 2014, pelo menos, o banco viu-se envolvido em vários casos de evasão fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro, que minaram sua reputação

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Por Redação
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GENEBRA - O Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça, que está sendo comprado pelo rival UBS por uma fração do seu valor de mercado, é uma entidade com 167 anos de história que, nos últimos cinco, atravessou uma cadeia de crises que levou à situação atual.

Entenda o que aconteceu com a instituição, fundada em 1856 por Alfred Escher, e que agora deve deixar de existir como um banco independente

2008

O Credit Suisse, como muitos outros bancos globais, foi duramente atingido pela crise financeira do subprime nos Estados Unidos. Para a entidade, representou um custo de 10 bilhões de francos suíços.

2011

Urs Rohner, polêmico executivo que ocuparia o principal cargo do banco até 2021, chega à presidência do Credit Suisse. Muitos o consideram o responsável pelo fato de a entidade ter perdido mais de 70% de seu valor na Bolsa durante sua gestão posse, investindo em ativos, em última análise, tóxicos, como as instituições financeiras Archegos e Greensill, que viriam a falir e levaram a dois anos de prejuízos.

2014

O Credit Suisse é obrigado a pagar US$ 2,6 bilhões às autoridades americanas, após ser acusado de evasão fiscal. Anos antes, em 2009, foi multado em US$ 536 milhões por violar as sanções dos Estados Unidos contra o Irã e o Sudão, entre 1995 e 2006.

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2016

O banco vê-se envolvido num escândalo de corrupção em Moçambique, sendo obrigado a pagar multas de US$ 475 milhões a autoridades britânicas e americanas.

2018

Um gerente do Credit Suisse é condenado à prisão por causar US$ 150 milhões em perdas ao ex-ministro georgiano Bidzina Ivanishvili, ao mesmo tempo em que desviou US$ 32 milhões em operações.

Credit Suisse fez acordo de venda com o banco UBS Foto: Michael Buholzer/Keystone via AP

2018

O regulador do mercado de ações suíço, Finma, detecta um caso de falta de diligência no Credit Suisse quando se trata de combater a lavagem de dinheiro envolvendo a petrolífera venezuelana PDVSA, a brasileira Petrobras e até a Fifa.

2019

Um escândalo estoura quando se descobre que o Credit Suisse havia espionado alguns de seus funcionários e ex-funcionários (alguns deles contratados pela concorrência). A polêmica força a saída do CEO Tidjane Thiam em 2020. Ele é substituído por Thomas Gottstein.

2020

Novas acusações das autoridades suíças pela ligação do banco com a lavagem de dinheiro relacionada com as máfias da droga na Bulgária. A acusação rendeu ao Credit Suisse uma multa de US$ 2,1 milhões.

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2021

Os colapsos das empresas de investimento Greensill e Archegos afetam gravemente as contas do Credit Suisse, com perdas de US$ 15 bilhões relacionadas a esses investimentos.

2022

No início do ano, o presidente do banco, Antonio Horta-Osorio, pede demissão por ter furado a quarentena durante a pandemia e é substituído por Alex Lehmann. Em agosto, Gottstein é substituído como CEO por Ulrich Körner. Em outubro, o banco anuncia um plano de reestruturação que envolve um corte de 15% em suas despesas, a demissão de 9 mil funcionários (17% de sua força de trabalho global) e um aumento de capital de US$ 4,3 bilhões.

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