RIO - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira, 15, que o pacote de corte de gastos do governo será uma “poda responsável em uma árvore que está crescendo”. Segundo ele, o tempo do anúncio é decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está “ouvindo várias áreas” antes de decidir.
“Toda árvore que está crescendo precisa ser podada de forma responsável, organizada, para que os frutos fiquem maiores e as raízes mais fortes”, afirmou Padilha. Ele disse que não será um corte radical, “feito com serra elétrica”, como já teria acontecido no passado. “A serra elétrica nos fazia perder todo o trabalho feito anteriormente. E queremos preservar a rota de crescimento”, diz.
Padilha lembrou as seguidas altas do PIB, a menor taxa de desemprego desde 2012, uma inflação que, diz, tem cumprido metas, e o aumento recente do investimento público e privado no País. “Há um ano e dez meses, recuperamos uma trajetória de crescimento que será preservada”, afirmou.
Ajustes nas contas
Mais cedo, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, afirmou que Lula é um governante experiente e entende ser importante fazer ajustes para manter o atual ritmo de crescimento do PIB e preservar os empregos gerados nos primeiros dois anos do governo.
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“Os ajustes que têm de ser feitos serão feitos”, disse Pimenta durante o G-20, no Rio de Janeiro. Questionado sobre uma data para o anúncio, ele não deu detalhes, mas sugeriu que vai acontecer em breve.
Sobre a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, Pimenta minimizou possíveis ruídos nas relações entre Brasil e Estados Unidos e disse que Lula já governou o Brasil em paralelo a diversos presidentes americanos sem maiores problemas. “Não vejo problema nenhum com Trump, é uma relação de Estado. Vamos manter a relação que temos com os Estados Unidos. O importante é conversar”, disse.
Ele afirmou ainda que o Brasil busca novos parceiros econômicos e que membros do governo terão uma profusão de reuniões bilaterais durante o G-20. Nesse ponto, citou especificamente Arábia Saudita e Emirados Árabes, mas disse que haverá encontros com autoridades de países cujas relações com o Brasil são mais tradicionais, como os próprios EUA e a França.
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