Petrobras vai mudar política de preços a partir de maio e ‘jogar o jogo do mercado’, diz Prates

Enquanto política de paridade de importação for regra, será cumprida, diz presidente da empresa; plano estratégico será revisto para incluir novos investimentos

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RIO - A política de preços da Petrobras vai mudar a partir de maio, quando os novos conselheiros da estatal tomam posse, afirmou nesta quinta-feira, 2, o presidente da empresa, Jean Paul Prates. O executivo deixou claro que não haverá intervenção do governo nos preços, mas que a política de paridade de importação (PPI) está com seus dias contados. Segundo ele, “se é mercado, vamos jogar o jogo do mercado”.

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“Não existe bala de prata, não existe um único preço de referência para o Brasil todo. O PPI é uma abstração, virou um dogma, tudo é PPI. O mercado brasileiro é diferente, é diverso”, disse.

A estatal, segundo ele, tem sua própria política comercial e o importante é buscar os melhores clientes, nas melhores condições para conquistar uma maior fatia do mercado de combustíveis.

“A Petrobras vai praticar preços competitivos para o mercado dela, conforme achar que tem de ser para garantir sua fatia de mercado, onde estiver presente. Se for o PPI, que seja, mas em alguns casos talvez não seja. O PPI só garante ao concorrente uma posição mais confortável. A minha função é ser competitivo”, disse.

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Para Prates, PPI foi criado por governos anteriores para abrir espaço para o importador, e que esse não é o seu objetivo  Foto: Antonio Lacerda/Efe

A meta é mostrar ao acionista que é bom ser sócio do Estado brasileiro e deixar como legado uma empresa com fôlego para os próximos 70 anos.

Com a mudança de rota, a nova gestão espera ampliar sua fatia no do segmento de derivados. “Não seguir o PPI não quer dizer que a Petrobras vai se afastar da referência internacional. A companhia vai praticar o preço do mercado em que estiver atuando”, disse.

A diferença frente ao governo anterior, pondera, é que a nova Petrobras no comando de Prates vai ser mais agressiva em relação à concorrência dos importadores. “Enquanto houver fatia de mercado para a Petrobras catar, ela vai catar. Praticar preços internacionais só para deixar entrar concorrentes no mercado não vai acontecer”, explicou. Enquanto o PPI for uma regra para a empresa, essa política será cumprida, disse o executivo.

Um dia depois de anunciar o maior lucro da história da companhia, de R$ 188 bilhões em 2022, o que vai significar uma distribuição também recorde de dividendos (R$ 215,7 bilhões), o executivo afirmou que a empresa vai manter o protagonismo na produção de petróleo e gás, que pavimentará a entrada da companhia em energias renováveis. “Nosso maior objetivo é tornar a Petrobras uma empresa forte preparada, equilibrada para se manter nesse cenário de transição energética”, disse.

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Já os dividendos da estatal não serão mais os mesmos na gestão de Prates. No quarto trimestre do ano passado, parte dos R$ 35,7 bilhões distribuídos – cerca de R$ 6,5 bilhões – já está sob risco de retenção para aumentar os investimentos da companhia, o que será decidido na assembleia de acionistas marcada para 27 de abril. Em breve, prometeu Prates, o Plano Estratégico de US$ 78 bilhões entre 2023 e 2027 será revisto, para incluir novos investimentos visando ao fortalecimento da Petrobras em todo o País.

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