PUBLICIDADE

Publicidade

Guedes: ‘Orçamento secreto invade nosso espaço e bomba veio para mim’

Orçamento secreto foi gestado dentro do Palácio do Planalto, no gabinete do então ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos

Foto do author Cicero Cotrim
Foto do author Célia Froufe
Atualização:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira, 26, que o orçamento secreto invade o espaço do governo. “E aí a bomba veio para mim, porque eles pegam a grana e falam assim: ‘o ministro da Economia corta merenda escolar’”, criticou Guedes, durante evento da Fucape Business School, em Vitória (ES).

Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro Foto: Adriano Machado/Reuters

PUBLICIDADE

Guedes repetiu que o orçamento secreto foi uma criação do então presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB-RJ), à época em que ele comandava a casa. Revelado por uma série de reportagens do Estadão, o orçamento secreto, porém, foi gestado dentro do Palácio do Planalto, no gabinete do então ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. Na época, era ele o responsável por fazer a ponte entre o governo e o Congresso. Na prática, Bolsonaro abriu mão de decidir o que fazer com o dinheiro público em troca de apoio no Congresso e de preservar seu mandato de pedidos de impeachment.

Guedes disse ainda que o orçamento secreto tem um custo próximo de R$ 15 bilhões por ano, inferior ao déficit das estatais durante os governos anteriores. Porém, logo no primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro sancionou R$ 30 bilhões em emendas do orçamento secreto. Ele poderia vetar os recursos, mas optou por autorizar o pagamento de 100% das verbas indicadas pelo Congresso. Em três anos, Bolsonaro entregou para o Centrão uma decisão que deveria ser dos seus ministros sobre o que fazer com R$ 65 bilhões.

Durante a fala, o ministro afirmou que “o pau come” em Brasília, mas avaliou tratar-se de um sistema que se “autocorrige”. Guedes disse ainda que uma reforma tributária terá de ampliar os recursos para municípios. Ele defendeu ainda que o ensino superior seja transferido para a alçada do Ministério da Ciência e Tecnologia, e não mais fique na pasta da Educação, para aproximar os cursos das empresas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.