A mais recente divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou uma taxa de desemprego de 6,8%, o menor nível desde 2014. O assunto tem sido pauta de discussões nas redes sociais: internautas questionam os resultados e afirmam que beneficiários do Bolsa Família influenciam a queda do indicador. Na coluna Chame o Nery, desta quinta-feira, 3, o colunista do Estadão tenta dirimir essas dúvidas explicando como é calculada a taxa de desemprego.
Como é calculada a taxa de desemprego?

Índice de desemprego está em 6,8%, mas há quem questione se essa taxa é real ou manipulada pelos dados do Bolsa Família
Na verdade, o índice leva em conta os dados da força de trabalho disponível no País e o número de pessoas que se definem como desempregadas, mas em busca de trabalho. Ou seja, o fato de ser, ou não, beneficiário do Bolsa Família não interfere no dado. O que importa, para essa estatística do IBGE, é se a pessoa procura, ou não, emprego.
“Você precisa estar sem trabalho, disponível para trabalhar e procurando ativamente um emprego. Quem não relata estar procurando trabalho não é contado como desempregado. Mas isso vale para todo mundo, não só para quem recebe o Bolsa Família. Quem não está procurando ativamente emprego é o pessoal que está fora da força de trabalho”, explica Nery.

O colunista explica que todos os países têm muita gente que fica fora da taxa oficial de desemprego. “É o caso dos estudantes, dos aposentados, donas de casa, herdeiros, cuidadores de pessoas doentes, pessoas com deficiência”, diz. Ele acrescente que nesse grupo também estão as pessoas desalentadas que procuravam, mas desistiram de procurar emprego por não conseguir encontrar um. “E é o caso também de qualquer pessoa que simplesmente não quer trabalhar mesmo.”
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Então, quem recebe Bolsa Família é contado como desempregado? Segundo Nery, depende: se está procurando emprego, sim; se não está procurando, não.