Palestrantes de vários segmentos de negócios, mercado e inovação marcaram presença no Scanntech (IN) MOTION compartilhando insights valiosos sobre o cenário econômico, a visão dos consumidores, a inteligência de dados e a importância de pensar sempre à frente para impulsionar os negócios do varejo, aproximando parceiros e melhorando as estratégias comerciais.
Passaram pelo palco do Distrito Anhembi, ao longo de todo o dia, Pascal Finette, Head de Inovação na Singularity University; Pedro Fernandes, sócio da McKinsey & Company, Zeina Latif, autora e renomada economista; Jason Goldberg, especialista em varejo; e Marc Randolph, cofundador da Netflix.
Finette trouxe a visão de que o e-commerce, aos poucos, passa a ser um verdadeiro “social commerce”. Por isso, o sucesso de uma marca jamais pode ser motivo de acomodação. “Um dos segredos de negócio é nunca estar satisfeito com a sua performance. Dessa maneira, perseguir a inovação e a disrupção é a estratégia que deve ser trazida para o centro.”
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Em sua exposição, Fernandes destacou as mudanças no perfil dos consumidores de todas as faixas sociais. De acordo com levantamentos da consultoria, eles estão cada vez menos ligados a marcas específicas de produtos, procurando sempre artigos mais baratos no varejo e, em alguns casos, substituindo produtos por outros da mesma marca, porém menores – dados fundamentais para o planejamento adequado dos negócios. “Pós-pandemia, esse consumidor se planeja muito mais, com menos lealdade às marcas e menos barreiras, tanto online quanto offline”, explicou.
Por fim, Goldberg apontou a grande disrupção atual, trazida por novas tecnologias, como a inteligência artificial, e pela constante transformação na relação do consumidor com os varejistas. “Hoje, o consumidor tem o mercado nas mãos e, por isso, ter dados qualificados é tão importante”, ressaltou. O especialista em varejo ainda apontou outra grande tendência, do consumidor que descobre produtos online e pesquisa em sites antes de comprar em lojas físicas.
Marc Randolph: ‘Assuma um risco, faça algo’
Referência global em inovação, o escritor, palestrante, criador e fundador da Netflix e ex-CEO da companhia, Marc Randolph, fechou o evento com uma palestra inspiradora. Ele falou que para uma empresa manter a relevância e permanecer em destaque no mercado é importante sempre tomar decisões data driven, ou seja, tomar decisões baseada em análise e interpretação de dados.
Para Randolph, receber um “não”– assim como ele e seus sócios receberam da antiga rede Blockbuster quando tentaram vender a Netflix nos primórdios da companhia – é um processo que sempre deve ser encarado como uma nova oportunidade. “Se tivéssemos concretizado isso, a Netflix poderia não existir hoje”, relembrou.
Além disso, ele também destacou que não necessariamente as ideias mais complexas serão as inovadoras. “Se houver uma boa ideia, insista, mesmo que seja algo simples.” Ele exemplificou com a criação do Post-It, da empresa 3M. “É um simples pedaço de papel com cola e fatura milhões de dólares, simplesmente por ser uma excelente ideia.”
“Se você quiser ser realmente disruptivo em seu negócio, não é tão complicado. Tudo o que você precisa é de tolerância ao risco, uma ideia e trazer um ingrediente de inovação. Assuma um risco, faça algo e comece o seu processo de aprender”, concluiu.
Zeina: ‘Perseguir o aumento da eficiência é o único caminho’
Premiada economista, colunista e sócia da Gibraltar Consulting, Zeina Latif destacou dois cenários ainda complexos em nosso país, que impõem às empresas o desafio de sempre perseguir a inovação: a instabilidade econômica, apesar de um certo nível de melhora, e a baixa qualidade da educação.
“Esse é o único caminho: tecnologia tem que ser aliada para compreender demandas de clientes, capturar tendências de consumo, acumular ótimas informações sobre as transações, lembrando que as mudanças são rápidas – as gerações de hoje têm outros perfis de consumo”, avaliou.
“Tecnologia é sua aliada para buscar eficiência interna, em um país que tem melhorado, mas ainda é muito difícil. Porém, o ambiente é propício para inovar, já que a matéria-prima para a inovação é o problema. E no Brasil isso não falta. Mas isso precisa ser trazido até a cultura das empresas.”
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