Um porcentual de 75% da população brasileira admite consumir algum tipo de produto falsificado. Essa grande maioria, espalhada por todas as classes sociais, reconhece o mal que isso causa ao País, mas não se sente responsável porque não vê o seu "pequeno" ato contribuindo para um crime. Essas foram as principais conclusões de um estudo organizado pelo Instituto Akatu, em parceria com a empresa Microsoft, sobre o comportamento do consumidor brasileiro em relação à pirataria no País. O levantamento foi entregue ao Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), vinculado ao Ministério da Justiça, que usará como subsídio às ações de combate à pirataria. O Instituto Akatu, ONG que dissemina o conceito do consumo consciente, organizou o levantamento aproveitando estatísticas de pesquisas anteriores realizadas, entre 2005 e 2007, na cidade de São Paulo e cruzou com percepções colhidas em grupos de consumidores convidados a debater qualitativamente o assunto. "O trabalho foi feito em São Paulo, mas pode retratar qualquer cidade do País", comentou a pesquisadora Marta Capacla, uma das coordenadoras do estudo. Na parte qualitativa da pesquisa, as pessoas ouvidas responsabilizaram a instituição "governo" e os "fabricantes" pelos altos preços dos produtos originais desejados, o que as leva ao consumo das versões falsificadas, que são mais baratas.
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