RIO - A Petrobras realizou o primeiro voo de longo alcance com uma aeronave civil remotamente pilotada (RPA). A aeronave percorreu, na semana passada, cerca de 180 quilômetros entre a base da companhia em Imbetiba, Macaé, no Rio de Janeiro, e a plataforma P-51, primeira plataforma construída inteiramente no Brasil, instalada na bacia de Campos.
“Esse tipo de tecnologia também tem o potencial de reduzir emissões de gases de efeito estufa no transporte de cargas leves”, informou a estatal em nota nesta quarta-feira, 10.
A operação, ainda em fase de testes, teve a colaboração do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a NAV Brasil e a OMNI Táxi Aéreo, contratada pela Petrobras para operar veículos aéreos não tripulados em missões offshore.
O objetivo do voo, classificado como BVLOS (Beyond Visual Line of Sight) ou além do alcance visual, foi testar a implantação do transporte para conduzir cargas de até 50 kg; agregar valor à logística do transporte aéreo offshore; reduzir custos e coletar dados para o compartilhamento do espaço com outras aeronaves, definindo melhores rotas, altitudes, procedimentos de subida e descida.
Desde 2018, a Petrobras tem desenvolvido iniciativas com a tecnologia de drones. Esses equipamentos já são usados para a inspeção de flares, pintura de plataformas e embarcações, além de outros trabalhos em altura, reduzindo a exposição humana a riscos.
“Foi uma conquista e resultado de trabalho em equipe que uniu Petrobras, iniciativa privada e autoridades governamentais para superar os desafios de aumentar a segurança das pessoas, reduzindo a exposição ao risco, já que as aeronaves são remotamente pilotadas”, afirmou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser.
Segundo Schlosser, a iniciativa também avança na descarbonização, já que as RPAs geram menos emissões que os helicópteros, agilizando operações e ampliando o período de atendimento logístico das demandas, com as missões podendo ser realizadas também no período noturno.
Após concluídos os testes com a tecnologia RPA, a estatal iniciará a análise dos dados gerados, o que deve ser finalizado ainda no segundo semestre deste ano. Serão simulados outros voos com aeronaves no mesmo espaço aéreo e, dependendo dos resultados, o procedimento será implantado na Petrobras, informou a companhia.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.