Prates: Petrobras pode ajudar Guiana e Suriname a explorar petróleo na Margem Equatorial

Serviço poderá ser feito na região pela Transpetro, braço de transporte da estatal, na exportação de petróleo ou operação e manutenção de dutos e terminais

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RIO - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou por uma rede social a intenção da Transpetro prestar serviços para terceiros, e citou como exemplo o suporte que a empresa pode dar para os vizinhos Guiana e Suriname, que exploram petróleo e gás natural na Margem Equatorial. A Petrobras ainda aguarda licença do Ibama para explorar o local.

“A Transpetro tem o potencial de servir não só às operações da Petrobras, mas também de prestar suporte aos nossos vizinhos, Guiana e Suriname, que apresentam potenciais exploratórios gigantescos e pouquíssimas infraestrutura de óleo e gás”, disse Prates, confirmando informações da Federação Única dos Petroleiros (Fup), de que a Transpetro poderá prestar serviços para terceiros.

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“Nada impede que a Transpetro preste serviço para os nossos parceiros, seja serviços de alívio de plataforma, exportação de petróleo ou até operação e manutenção de dutos e terminais”, acrescentou Prates.

Ele participou nesta segunda-feira, 12, das comemorações pelos 25 anos da Transpetro em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. A empresa é o braço de transporte da Petrobras, seja pelo mar ou por meio dos dutos que não foram vendidos pela estatal.

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Petrobras tem expertise na extração de petróleo em alto mar, mas Margem Equatorial tem desafios devido à biodiversidade local Foto: Sérgio Castro / Estadão

“A nossa expertise técnica somada à proximidade geográfica nos coloca em vantagem frente a outras empresas europeias”, reforçou Prates nas redes sociais sobre a possibilidade da Transpetro apoiar a campanha na Guiana e no Suriname.

“A Petrobras e a Transpetro podem exercer uma liderança técnica e econômica nesses países. Ajudá-los a vencer desafios que já vencemos no passado, desenvolver as economias locais e ainda expandir as nossas fronteiras. A Transpetro, assim como toda a indústria de óleo e gás, também vai precisar se reinventar. A transição energética vai gerar novas demandas e desafios”, explicou Prates.

Descarbonização

Segundo o executivo, a Transpetro já vem adotando medidas de descarbonização em sua frota. Ele informou que, no caso da Transpetro, 93% das emissões vêm de navios e 7% de dutos e terminais. Em 2022, disse Prates, começaram a ser instalados apêndices hidrodinâmicos nos navios; dispositivos que aumentam a eficiência do sistema propulsivo e com isso a “economicidade” do navio.

Em 31 de dezembro do ano passado foi realizado o primeiro abastecimento de bunker (combustível de navio) com conteúdo renovável do Brasil — 90% de bunker e 10% de biodiesel —, informou Prates.

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A International Maritime Organization (IMO) tem metas agressivas de descarbonização, destacou o executivo, “e a Transpetro está envidando todos os esforços para estar de acordo com todas as demandas internacionais de descarbonização da sua frota”.

Ele disse, ainda, que a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) publicou um relatório em que coloca o hidrogênio verde como uma das grandes apostas para entregar energia limpa para setores difíceis de descarbonizar, o que também poderá significar um novo negócio para a Transpetro.

“Ainda há dúvidas sobre como transportar e distribuir esse hidrogênio, porém, ao que tudo indica, a melhor solução é na forma de amônia em navios para grandes distâncias e em dutos para interiorização, justamente as duas áreas onde a Transpetro se destaca”, ressaltou Prates. “À medida que a Petrobras expande suas operações, ela precisará cada vez mais da Transpetro para transportar, armazenar e escoar”, concluiu.

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