RIO - A Petrobras suspendeu serviços de suporte administrativo e de apoio técnico a uma refinaria privatizada conhecida como SIX, no Paraná, após a dona do local, a Forbes Resources Brazil Holding, descumprir obrigações contratuais.
A informação foi confirmada pela estatal após ter sido divulgada pela Federação Única dos Petroleiros (Fup). Os funcionários da petroleira foram comunicados da suspensão dos serviços no local.
Leia mais sobre economia
A companhia informou em nota que “a prestação de serviços pela Petrobras seguirá suspensa até que se chegue a uma solução de comum acordo, com base nas tratativas que seguirão entre as partes”.
“A Petrobras reforça que, mesmo neste período de suspensão dos serviços administrativos e de apoio direto à operação, continuará adotando todas as medidas sob sua responsabilidade para garantir a máxima segurança das pessoas e das instalações na qual atua em São Mateus do Sul”, disse a estatal em documento ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso.
Segundo o coordenador-geral da Fup, Deyvid Bacelar, “é mais um escândalo que ocorre na SIX”, onde a Petrobras estava prestando serviços para a Forbes e “não estava sendo paga”. “O que demonstra a incapacidade financeira e operacional desse grupo que comprou a refinaria do Paraná na bacia das almas”, disse Bacelar em nota.
Segundo ele, o calote dado pela empresa canadense é estimado em cerca de R$ 140 milhões, o que levou a Petrobras a suspender as atividades do contrato, cujo valor não foi confirmado pela estatal.
A SIX foi privatizada em novembro de 2022, ao apagar das luzes do governo Bolsonaro. A unidade foi comprada pelo grupo canadense Forbes & Manhattan (F&M). Pelo contrato, a Petrobras seguiria administrando a unidade até que a nova empresa constituída (Paraná Xisto) pudesse operar sozinha. Enquanto isso, a Petrobras seria remunerada pelo trabalho, o que não ocorreu.
De acordo com o advogado Angelo Remédio, da Advocacia Garcez, “esse cenário de quebra de contrato do grupo canadense é mais uma base para agir juridicamente e reverter essa privatização”, afirmou em nota da Fup.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.