O presidente Evo Morales sugeriu nesta terça-feira que a Petrobras simplesmente "doe" suas duas refinarias na Bolívia para seu governo, enquanto as negociações ao redor do acordo de nacionalização entre a estatal e o país andino continuam. A Petrobras e outras companhias internacionais assinaram na semana passada novos contratos com o governo boliviano, permitindo que continuem operando no país, sob os termos do decreto instituído por Morales em 1º de maio, que nacionalizou os recursos de gás e petróleo da Bolívia. O que ainda está em aberto, porém, é quanto a Bolívia pagará para ter as duas refinarias, construídas no país mas operadas pela Petrobras, que juntas produzem 90% do combustível boliviano para uso doméstico. "As refinarias, duas ou três que custam o que? 50 milhões de dólares, 100 milhões de dólares - isso não é nada para o Brasil", afirmou Morales em uma coletiva de imprensa nesta terça, em La Paz. "Se eu fosse o Brasil, abriria mão delas". As duas refinarias em questão valem juntas cerca de US$150 milhões. O presidente acrescentou que seu governo "gostaria de comprar de volta as refinarias" e está "totalmente aberto a negociações" sobre o assunto. O ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, disse na segunda-feira que o País não irá simplesmente abrir mão das refinarias, e que os dois países estão avaliando seu valor. Com o valor das refinarias determinado, o Brasil e a Bolívia irão negociar uma quantia para que a Petrobras seja compensada pelas refinarias. Mas, segundo Rondeau, não há prazo estipulado para a conclusão dessas negociações. Os dois países estipularam 10 de novembro como prazo máximo para definir qual o preço que o Brasil pagará à Bolívia pelo gás natural, mas, de acordo com Rondeau, o prazo pode ser estendido. A Bolívia que um preço muito mais alto. O país fornece ao Brasil cerca de 50% de seu gás natural, chegando a quase 80% em São Paulo. O gás é usado pela indústria para geração de energia, e como combustível para fogões e automóveis.
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