RIO - A Petrobras tem uma semana para informar ao mercado sobre a mudança feita no Comitê de Auditoria Estatutário (CAE) em 26 de julho, que passou a permitir a eleição de membros externos ao Conselho de Administração para o CAE. A decisão de mudar o Regimento Interno foi tomada em meio a uma reunião do conselho, segundo apurou o Estadão/Broadcast. A reportagem procurou a estatal para comentar o assunto e aguarda um posicionamento.
Na reunião, o conselheiro Francisco Petros foi substituído por Jerônimo Antunes, e mais três membros externos entraram no CAE. De acordo com pessoas próximas ao assunto, tanto essa mudança como as que estão sendo feitas em outras áreas da Petrobras visam colocar profissionais mais afinados com o governo, disse uma pessoa a par das mudanças.
Além de Antunes, foram nomeados o jornalista e gestor Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira, formado na UNI-BH e sócio-diretor da Etc Treinamento Empresarial; o advogado Fábio Veras de Souza, formado na Universidade Federal de Minas Gerais; e Newton de Araújo Lopes, bacharel em Ciências Contábeis pelo Instituto Cultural Newton Paiva Ferreira, também em Minas Gerais.
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o parecer que alterou o regimento para que três pessoas que não são conselheiros ocupassem o cargo foi feito a pedido do presidente do conselho da Petrobras, Pietro Mendes.
Procurada sobre o assunto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) disse que não comenta casos específicos.
Além de contratar e acompanhar o trabalho dos auditores na companhia, o CAE é responsável por assessorar o Conselho de Administração na análise das demonstrações financeiras consolidadas anuais e trimestrais, além de outras tarefas. A mudança ocorre às vésperas da divulgação do Resultado Financeiro da companhia, no próximo dia 8.
Desde que a atual presidente Magda Chambriard assumiu, em maio deste ano, cerca de 60% dos gerentes executivos da empresa foram trocados, segundo apurou a reportagem. Na gestão anterior, uma das reclamações do ministro de Minas e Energia em relação ao ex-presidente Jean Paul Prates era que não conseguia ter acesso aos projetos em andamento.
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