Petrobras vai ‘reavaliar’ preços e divulgar nova política na próxima semana, diz Prates

Segundo Jean Paul Prates, prática do chamado preço de paridade de importação levava a uma ‘abdicação absoluta’ das vantagens nacionais

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RIO - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta sexta-feira, 12, que a companhia vai “reavaliar” o preço dos combustíveis na próxima semana e divulgar informações sobre a sua nova estratégia de preços. Ele falou em entrevista a jornalistas sobre os resultados financeiros do primeiro trimestre.

“O critério (dos preços) vai ser de estabilidade versus volatilidade. Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste, como em 2006 e 2007, mas também não precisamos voltar à maratona de 118 reajustes no ano em um único combustível, como em 2017, o que levou à greve dos caminhoneiros”, disse.

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Prates afirmou que a Petrobras vai continuar a seguir a referência internacional dos preços do petróleo e derivados e a competitividade interna dos mercados regionais. Segundo ele, sempre que a companhia puder aguardar para responder a uma instabilidade ocasional no mercado internacional, vai fazê-lo em benefício da estabilidade para o cliente.

Nesse ponto, ele completou: “Existe chance de haver reajuste? Sim. Na semana que vem vamos reavaliar alguns combustíveis”.

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O presidente da Petrobras destacou que, nos 100 primeiros dias da gestão, o preço do diesel praticado pela Petrobras caiu 23%, o da gasolina, 4%, e o do GLP (gás de cozinha), 19%.

Petrobras pratica atualmente o preço de paridade de importação, que leva em conta o valor internacional do barril de petróleo e o câmbio entre dólar e real Foto: REUTERS/Sergio Moraes

Ele disse que outro critério que vai nortear a nova política de preços será a relação entre atratividade e abdicação de vantagens. Segundo ele, a prática do chamado preço de paridade de importação (PPI) levava a uma “abdicação absoluta” das vantagens nacionais, de ter uma “refinaria ao lado do consumidor, do meu cliente principal, de ter estrutura de escoamento e transporte próprias, de ter fonte de petróleo e capacidade de refino nacionais”.

Empresa novamente nacional

Prates voltou a dizer que planeja tornar a Petrobras “novamente nacional”, com presença em todas as regiões do Brasil. “Mostramos isso (aumento da presença da empresa no País) com os investimentos de US$ 2,5 bi no primeiro trimestre”, disse.

O volume investido nos três primeiros meses do ano representou alta de 40,4% em relação ao mesmo período de 2022. Os investimentos da Petrobras são um dos pontos de maior atenção do mercado financeiro em relação à companhia, devido a seu impacto no balanço financeiro e na distribuição de dividendos a acionistas.

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A tendência é que esse volume aumente ainda mais a partir de agora e, principalmente, a partir do próximo ano, com a entrada em vigor de um novo plano estratégico que vai propor uma investida sólida e escalonada em energias renováveis para fazer frente à transição energética. Na abertura da entrevista, Prates voltou a reforçar a primazia desse processo.

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