As preocupações quanto à demanda de petróleo, sobretudo na China, combinadas com o aumento dos estoques nos Estados Unidos fizeram o preço da commodity cair mais de 5% no pregão de hoje. No Intercontinental Exchange (ICE), o Brent (petróleo originário do Mar do Norte) caía 5,43%, para US$ 76,77 o barril, nos contratos de janeiro. Trata-se do menor patamar desde julho. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para dezembro opera em queda de 4% às 15h48, cotado a US$ 72,53 o barril.
O diretor e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, afirma que, além dos fatores que já vem deixando o mercado volátil há algum tempo - como dúvidas sobre a demanda da China, juros e inflação altos -, a venda de posições dos fundos de hedge (proteção) também impactam o preço do mercado físico da commodity.
“Essa queda maior do petróleo de setembro e outubro para cá é porque você tem o mercado financeiro e o físico de petróleo. Os fundos de hedge venderam 37% da posição desde setembro, isso significa algo em torno dos 200 milhões de barris de petróleo”, disse Pires, ao Estadão/Broadcast.
Ele informa ainda que, desde a pandemia do Covid-19, o petróleo vem registrando um comportamento de alta volatilidade, e que se não houvesse tantos fatores de pressão, onde também entram conflitos geopolíticos que trazem tensão a esse mercado - guerra Ucrânia/Rússia e Israel/Hamas -, o preço justo para a commodity no momento seria de US$ 85 o barril.
“Se o Irã entrar na guerra (Israel/Hamas), o petróleo vai a US$ 150, mas se tirar esses fatores e a volatilidade diminuir, o preço do petróleo deveria ser de US$ 85 o barril, o que deve voltar até o final do ano”, prevê o especialista.
Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caem 1,52% nesta quinta-feira (16), às 16h31, cotadas a R$ 35,63. O Ibovespa, no entanto, sobia 1,13%, aos 124.562,24 pontos.
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