BRASÍLIA – A Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigam uma invasão realizada neste mês ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), com suspeita de desvio de recursos do governo federal. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.
O Siafi, gerido pelo Tesouro Nacional, é o principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do governo federal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a invasão não foi de um hacker, mas de algum usuário que já tinha acesso à plataforma. De acordo com o ministro, o sistema está preservado e a Polícia Federal acompanha o caso para encontrar os responsáveis.
“Tenho informação parcial de que o problema não é do sistema; o problema provavelmente foi de autenticação do acesso. É isso que está sendo apurado”, disse Haddad aos jornalistas.
“Não foi ação hacker contra o sistema. O sistema está preservado. (Foi) alguém que já tinha acesso (ao sistema)”, reforçou. Questionado sobre eventuais valores que possam ter sido desviados, o ministro afirmou que não tem informação e que o caso está sendo apurado. O ministro também afirmou que informará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o caso.
Segundo apurou o Estadão, depois da descoberta do caso, o Tesouro Nacional adotou uma medida extra de segurança, com acesso restrito, por meio de certificado digital.
Em nota, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) afirmou que “o episódio não configura uma invasão, mas sim uma utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular”.
“As tentativas de realizar operações na plataforma foram identificadas e não causaram prejuízos à integridade do sistema. Todas as medidas necessárias vêm sendo tomadas pela STN em resposta ao caso, incluindo a implementação de ações adicionais para reforçar a segurança do sistema”, diz a nota.
“O Tesouro Nacional trabalha em colaboração com as autoridades competentes para a condução das investigações; e reitera seu compromisso com a transparência, a segurança dos sistemas governamentais e a preservação do adequado zelo das informações, até o término das apurações”, afirma o Tesouro.
Procurada, a Polícia Federal afirmou que “foi instaurado inquérito e as investigações estão sob sigilo”. Já a Abin afirmou que “acompanha em colaboração com as autoridades competentes”.
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