BERLIM E BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 5, em Berlim, na Alemanha, que o PIB surpreendeu positivamente, ao crescer 0,1% no terceiro trimestre, enquanto o mercado financeiro esperava contração da atividade. Ele ponderou, contudo, que apesar do “PIB positivo”, o resultado foi “fraco”.
“Quero alertar para o seguinte: a taxa de juros real atingiu o patamar mais alto em junho. Foi o pior momento da safra de juros em termos reais e o Banco Central só começou a cortar os juros em agosto. Portanto, tivemos PIB positivo, mas fraco”, afirmou.
“Mas, com corte na taxa Selic, esperamos fechar este ano com crescimento do PIB de mais de 3% e uma expansão na faixa de 2,5% em 2024. Mas o BC precisa fazer o trabalho dele”, alertou.
Quarto trimestre
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou ao Estadão/Broadcast que o País não tem como crescer menos de 3% em 2023, após a divulgação do resultado do PIB do terceiro trimestre. A ministra comentou que os resultados da atividade econômica estão alinhados com as projeções da Pasta e que o desempenho do quarto trimestre tende a ser melhor - é esse dado que vai determinar se será possível ultrapassar o patamar do 3%.
“O resultado é na linha das nossas projeções. Lá no início, já tínhamos feito essa projeção. Não temos como crescer menos de 3%, não. Se vai ser 3% ou 3,1%, esse 0,1 ponto porcentual depende de como será o último trimestre”, afirmou.
Tebet avalia que há tendência de melhora por causa do incremento do consumo das famílias. “O último trimestre tende a ser melhor, porque o 13.º (salário) injeta recursos na economia, o consumo aumenta e você tem esse ganho”, disse.
A ministra reiterou que é preciso olhar para o “copo cheio” em relação ao desempenho da economia. “Temos de comemorar porque está acima da média mundial o crescimento do Brasil”, disse.
O Ministério da Fazenda revisou em novembro sua projeção para o crescimento do PIB deste ano de 3,2% para 3%. Já no Banco Central, a estimativa atual é de 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.
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