Brasília - O crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre elevou o viés positivo para atividade econômica em 2023, segundo a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. A projeção atual da equipe econômica é de avanço de 1,9% neste ano e, de acordo com cálculos da pasta, o carry-over (carregamento estatístico) para 2023 já está em 2,4% após o resultado divulgado nesta quinta-feira, 1º, pelo IBGE. Ou seja, esse seria o crescimento do ano se o PIB dos próximos trimestres fosse zero.
A SPE destaca que a expansão de 1,9% no PIB do primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre do ano passado superou a mediana dos economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast e a estimativa da própria pasta - ambas em 1,2%. O órgão detalha que o resultado decorre majoritariamente da agropecuária, mas cita os resultados no campo positivo em serviços e no consumo das famílias.
“Esses setores foram impulsionados pelo aumento da renda real disponível das famílias no trimestre, em função do aumento real do valor do salário mínimo, dos adicionais do Bolsa Família e da desaceleração da inflação. Os programas de facilitação de acesso ao crédito para micro, pequenas e médias empresas, em consonância com o aumento da renda disponível, permitiram a criação de empregos no terceiro setor, sustentando o crescimento da massa real efetiva e a demanda das famílias”, avaliou a SPE.
A Fazenda aproveitou para mais uma vez colocar na conta do Banco Central as retrações na indústria, na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, que mede a taxa de investimentos na economia) e nas importações. “O desempenho desses setores, mais sensíveis à política monetária, continuou sendo afetado pelo alto patamar dos juros”, diz a nota.
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Sobre a queda nas exportações em relação ao trimestre anterior, a SPE destacou a desaceleração de economias avançadas e emergentes que também seguem com ciclos monetários contracionistas. Além da recuperação menos pronunciada da China, o órgão citou que os preços das principais commodities exportadas pelo Brasil repercutem o ritmo lento da economia mundial e a “supersafra” doméstica.
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