A pandemia e a criação do PIX e o forte investimento dos bancos em seus aplicativos contribuíram para que em 2021 houvesse aumento de 75% nas movimentações financeiras por mobile banking em relação ao ano anterior, de acordo com Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária. Isso representa um crescimento de 7 bilhões de operações feitas nesse canal.
Para Antonio Daissuke, diretor do Departamento de Comercialização de Produtos e Serviços do Bradesco, a tecnologia é um dos grandes impulsionadores na digitalização da economia brasileira.
“O Pix proporciona uma maior inclusão aos brasileiros às formas eletrônicas de pagamentos. Até então, a população fazia pagamentos de formas tradicionais, como boleto, cartão, dinheiro e cheque”, explica o executivo.
Além disso, ele pontua que a ferramenta possibilita que pessoas que não têm cartão de crédito consigam efetuar compras online. Mesmo sendo gratuito para os clientes, o Pix trouxe inúmeras vantagens para as instituições financeiras. “Os benefícios vão desde abertura de novas contas até novos modelos de negócio e melhor análise do risco de crédito, o que manteve os que já eram clientes e atraiu também as novas gerações mais conectadas”, afirma Daissuke.
Além da gratuidade, a tecnologia também caiu no gosto dos brasileiros por ser instantânea e funcionar 24 horas por dia todos os dias da semana. De acordo com o Relatório de Economia Bancária do Banco Central do Brasil, no início de 2022, com pouco mais de um ano de existência do Pix, cerca de 100 milhões de pessoas já tinham feito ao menos um pagamento com a ferramenta.
Modelo a ser seguido
O sucesso da tecnologia brasileira acabou gerando interesse em outros países. O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, informou que existe um objetivo em expandir o Pix para a América Latina e que Colômbia, Uruguai e Peru pretendem desenvolver plataformas similares. Além disso, os Estados Unidos trabalham no lançamento de um sistema de pagamentos instantâneos chamado FedNow, uma espécie de Pix norte-americano.
Atualmente, 98% das transações realizadas no Bradesco ocorrem em canais digitais. O crescimento no número de contas abertas no aplicativo triplicou em 2022 em comparação com 2020. Atualmente, 71% dos correntistas da empresa são digitais, crescimento de quase 5 milhões de correntistas, seguindo o mesmo comparativo.
No Itaú, o volume de clientes acessando os canais do banco por meio de aplicativos teve um aumento de 37% entre 2020 e 2022 – e, atualmente, 90% desses acessos são feitos por celulares. Além disso, a instituição viu o Pix substituir transações financeiras de maior custo, como cheque, DOC e TED, e hoje a ferramenta já representa 30% do total de pagamentos feitos pelos usuários da instituição.
O Banco do Brasil também viu a adesão de clientes aos aplicativos aumentar. De acordo com a Diretoria de Soluções e Meios de Pagamentos e Serviços da instituição, em 2022 houve crescimento de 23% no uso dos aplicativos em relação ao ano anterior. Hoje, são 27,2 milhões de clientes ativos nos canais digitais do banco.
7 bilhões de operações financeiras foram realizadas por mobile banking em 2021. O Pix proporciona maior inclusão aos brasileiros às formas eletrônicas de pagamentos.
Antonio Daissuke, Diretor do Departamento de Comercialização de Produtos e Serviços do Bradesco
A análise do Banco do Brasil é de que o Pix, por ser gratuito, ajuda a democratizar o acesso a serviços que antes não podiam ser alcançados por grande parte da população. Consequentemente, isso retira transações da informalidade e traz maior transparência para o sistema financeiro.
Já o Santander tem hoje 97% de todas as suas transações financeiras sendo feitas por canais digitais.
Com o lançamento de novidades como QR Code gerado pelo pagador, que permitirá transações mesmo sem conexão à internet, Pix Garantido, que possibilitará agendamento e parcelamento de valores com vínculo ao crédito, e transferências para outros países, a expectativa é de que a ferramenta seja usada cada vez mais pelas pessoas.
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