BRASÍLIA - Se a votação do texto da Reforma da Previdência ocorresse hoje, o total de deputados contrários ao projeto inviabilizaria a obtenção dos 308 votos exigidos para a aprovação na Câmara, o equivalente a três quintos dos 513 deputados. Segundo o Placar da Previdência, ferramenta elaborada pelo grupo Estado, 213 parlamentares declaram voto contrário à PEC, mesmo após as flexibilizações apresentadas pelo relator da proposta na comissão especial, Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA).
A maioria dos políticos que se opõem à PEC na Câmara são de partidos que integram a base aliada do governo: 55% são da base e 45% são de partidos de oposição. Ao justificar o voto, a maioria dos parlamentares ainda considera o projeto "duro" e espera por novas modificações, apesar do anúncio feito pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que o texto apresentado pelo relator não deverá ser alterado.
Em um seminário sobre Previdência que acontece nesta tarde em Brasília, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, comentou que o resultado do Placar ainda não demonstra a visão dos parlamentares após as mudanças feitas por Arthur Maia. "A reforma passa. A questão do placar é um pouco antecipada, ainda não refletiu todo o trabalho de mudanças que foi feito. Há um tempo de amadurecimento disso no Congresso, isso está sendo feito e estamos bastante confiantes", afirmou o ministro.
A enquete foi reiniciada após a apresentação do relatório de Oliveira Maia. Apenas 76 deputados confirmaram disposição em aprovar a atual proposta de reforma. Até agora são 52 indecisos; 164 não quiseram responder e 7 não foram encontrados.
"Da semana passada pra cá já modificaram muita coisa, mas não é o suficiente. Pode ser que mais tarde eles conversem com a sociedade e tornem o projeto viável", afirmou o deputado Adelson Barreto (PR-SE).
O Placar da Previdência será continuamente atualizado até a votação final da proposta.
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