As experiências de política industrial que tiveram maior êxito no Brasil eram ligadas a um plano de desenvolvimento. O símbolo dessa política global foi o Plano de Metas , adotado em meados dos anos 50, no governo Juscelino Kubitschek, conta o assessor econômico do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Sergio Gomes de Almeida. Com o lema "50 anos em 5", o Plano de Metas tinha objetivos industriais relevantes, como instalar a indústria automobilística no País, desenvolver energia, transportes e indústrias de insumos básicos como a siderúrgica. Outro grande processo de política industrial associado ao desenvolvimento foi o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), adotado no governo do general Ernesto Geisel, em 1974. Teve como diretrizes básicas o desenvolvimento dos setores de bens de capital e insumos básicos, como petróleo, e o fortalecimento da empresa privada nacional. "Nesses dois episódios, a indústria brasileira deu saltos fabulosos", recorda Gomes de Almeida. "Desde então, nunca mais tivemos essa combinação de políticas de desenvolvimento e industrial." Para ele, a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançada pelo governo federal em maio de 2008, foi a mais importante dos últimos 25 anos. "O que falta muito para a gente é vislumbrar um plano de desenvolvimento do Brasil do pós-crise em que estejam articulados programas na área de infraestrutura e na área industrial, como foram os planos de maior sucesso que tivemos." Segundo ele, o que perdurou no intervalo entre o II PND e o PDP foram iniciativas sem relevância capaz de mudar a história. Metade desse período foi marcado por crises de inflação, de governo e de recursos, que limitaram muito a capacidade do País de pensar o desenvolvimento. A outra metade foi dominada pelo neoliberalismo até o início do governo Lula. "O neoliberalismo diz que não tem que fazer política industrial, porque o desenvolvimento nasce como um desdobramento natural da estabilidade de uma economia que segue as regras de mercado.''
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