Desemprego sobe para 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, aponta IBGE

Dados divulgados nesta quinta-feira mostram que população desempregada era de 8,5 milhões de pessoas

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RIO - A taxa de desemprego no País subiu de 7,6% no trimestre terminado em janeiro para 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, a segunda elevação consecutiva, após nove trimestres móveis seguidos de recuo. O resultado de fevereiro, porém, ainda foi o mais baixo para esse período do ano desde 2015. No trimestre terminado em fevereiro de 2023, a taxa estava em 8,6%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O mercado de trabalho mostrou uma tendência sazonal de aumento na taxa de desemprego neste início de ano, mas 2024 sinaliza um panorama favorável, com a manutenção tanto do avanço do emprego formal quanto da renda do trabalhador, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“O resultado atual, de modo geral, reprisa movimentos já registrados em anos anteriores”, disse a coordenadora do IBGE. “Na virada do trimestre, na virada de ano, costuma ter esse crescimento (na taxa de desemprego).”

O avanço na taxa é decorrente do aumento da procura por trabalho nos meses iniciais do ano, após as demissões de vagas temporárias de fim de ano, explicou a Tendências Consultoria Integrada. Para os analistas da consultoria Lucas Assis e Giulia Mazzieri, a pesquisa “consolidou a trajetória positiva do mercado de trabalho”, com uma expansão do número de vagas em ritmo superior ao crescimento da força de trabalho, “assegurando uma taxa de desocupação bem-comportada”.

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Se descontadas as influências sazonais características dessa época do ano, a taxa de desemprego caiu de 7,8% no trimestre encerrado em janeiro para 7,7% no trimestre terminado em fevereiro, calculou o Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco.

“A gente tem um passado recente de um ano bastante favorável para o mercado de trabalho”, lembrou Adriana Beringuy, do IBGE. “Parece sim ser um ano que se inicia com um panorama favorável, principalmente quando a gente considera que a ocupação ficou (estatisticamente) estável, e que até mesmo o segmento formal dessa ocupação se manteve nesse trimestre encerrado agora em fevereiro de 2024. Temos a sazonalidade, que era esperada, mas, embutida nessa sazonalidade, temos a manutenção do crescimento do trabalho formal como também do próprio rendimento”, justificou.

Número de pessoas em busca de emprego era de 8,5 milhões em fevereiro, segundo o IBGE Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Houve um fechamento de 258 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro em relação ao trimestre imediatamente anterior, encerrado em novembro de 2023, o que corresponde a uma queda de 0,3% na população ocupada. No entanto, o resultado foi considerado estatisticamente estável, por ter ficado dentro da margem de erro da pesquisa.

“De modo geral, quem influenciou essa perda foi a administração pública e a agricultura. E outras atividades, embora não tenham registrado ganho significativo (de empregos), tiveram desempenho positivo”, apontou Beringuy.

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A população ocupada totalizou 100,250 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro. Em um ano, mais 2,127 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.

Já a população desempregada aumentou em 332 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,535 milhões de brasileiros em busca de uma vaga. Em um ano, entretanto, 689 mil pessoas deixaram o desemprego.

Informalidade recua

A recente redução no número de pessoas trabalhando foi puxada pela informalidade, enquanto que o contingente de trabalhadores formais avançou. Em um trimestre, 581 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. Ao mesmo tempo, foram abertas 269 mil novas vagas com carteira assinada no setor privado, para um ápice de 37,995 milhões de pessoas trabalhando nessas condições.

O avanço do emprego formal ajudou a elevar a renda média do trabalhador para R$ 3.110, alta de 1,1% em um trimestre, impulsionando também a massa de salários em circulação na economia para novo recorde: R$ 307,226 bilhões de reais, uma expansão de 0,9% em um trimestre, R$ 2,879 bilhões a mais.

“O resultado, aliado aos dados divulgados ontem (quarta-feira, 27) do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), confirma uma dinâmica de recuperação (econômica), reflexo de uma atividade que parece estar em um bom momento”, concluiu o economista Helcio Takeda, da consultoria Pezco Economics./Colaborou Gabriela Jucá