Polícia Federal prende funcionário do banco Credit Suisse

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Por ELZIO BARRETO

A polícia brasileira prendeu nesta quarta-feira um funcionário do Credit Suisse como parte de uma investigação de dois anos sobre lavagem de dinheiro e sonegação de impostos sobre a empresa suíça. Christian Peter Weiss foi preso no Rio de Janeiro por ajudar a operar um sistema ilegal de transferência de dinheiro, afirmou a Polícia Federal em comunicado. Weiss será acusado de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta, operação ilegal de instituições financeiras e formação de quadrilha, entre outros itens, diz o comunicado da PF. Na mais recente investigação sobre transferências ilegais, os policiais federais seguiram Weiss por quase 10 dias em São Paulo, onde ele se reunia com clientes e potenciais clientes antes de ser preso. O Ministério Público Federal em São Paulo afirmou que Weiss seria acusado junto de outros 13 funcionários e ex-empregados do Credit Suisse, como parte da "Operação Suíça", iniciada em 2006 quando a PF entrou em escritórios do Credit Suisse em São Paulo e nas residências de quatro dos seus executivos. A PF tem promovido ações contra transferências ilegais nos últimos anos, investigando bancos internacionais para ver se eles ajudavam brasileiros a sonegar impostos. Em 2007, a polícia prendeu 20 pessoas, incluindo funcionários do UBS, do Clariden --uma unidade do Credit Suisse-- e do AIG Private Bank. Na época, a polícia afirmou que o esquema ajudava a evasão de quase 1 bilhão de reais em impostos com transferências ilegais. Weiss e outros funcionários do Credit Suisse usam "procedimentos que, literalmente, atropelam e ignoram, por completo, a legislação penal financeira brasileira", diz o comunicado do Ministério Público Federal em São Paulo. A polícia afirmou que Weiss e outros executivos do banco suíço periodicamente voavam para o Brasil para ter contato direto com clientes antigos e atrair novos. O Credit Suisse continuou a oferece serviços de private banking no Brasil mesmo depois de fechar seu escritório de representação no país, disse a polícia. "O Credit Suisse adere aos mais altos padrões legais e éticos e tem obedecimento estrito a normas de procedimento e vai se defender e aos seus funcionários vigorosamente dessas acusações", disse Cristina von Bargen, porta-voz do Credit Suisse em Nova York. Vários brasileiros com contas numeradas no Credit Suisse foram identificados e serão investigados, disse a PF. (Reportagem adicional de Dane Hamilton em Nova York)

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