SÃO PAULO E BRASÍLIA - Indicado para a diretoria de política monetária do Banco Central (BC), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, reiterou nesta quarta-feira, 10, a defesa do alinhamento das políticas fiscal e monetária.
Segundo ele, a história mais recente do País mostra que a política fiscal frequentemente age para compensar apertos na política monetária – ou seja, atuam em rumos opostos. Para o secretário, esse descolamento tira a eficácia das duas políticas. Ele defendeu, mais uma vez, em entrevista à BandNews, que elas deveriam ser complementares.
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“Dizer que é um jogo de soma zero seria condescendente, gera algo pior”, afirmou. “Temos que fazer que as duas concorram ao mesmo sentido”, acrescentou.
Galípolo disse que sua indicação ao BC visa facilitar a harmonização entre a política fiscal, comanda pela Fazenda, e a monetária, conduzida pelo BC, liderado por Roberto Campos Neto.
Ele afirmou considerar sintomático que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Haddad tenham indicado uma pessoa que dialoga com frequência com Campos Neto e a diretoria do BC. “A minha indicação, que está sujeita à aprovação do Senado, visa ser um facilitador de diálogo entre as políticas”, disse.
Segundo ele, o ministério tenta construir convenções e espaços de diálogos na política econômica, assim como em toda a política. A intenção do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, complementou, é conduzir uma gestão transparente para compreender o que está sendo feito.
Teoria Monetária Moderna
O secretário-executivo da Fazenda rechaçou o alinhamento, apontado por parte dos analistas do mercado, à Teoria Monetária Moderna (MMT, na sigla em inglês). “A minha produção acadêmica não é identificada com a MMT, e os textos que eu produzi não são identificados com a MMT”, declarou.
“Mas tenho amigos que são de todas as correntes e vertentes. Gosto de dialogar com eles”, acrescentou. Galípolo disse que evita acompanhar essa discussão - “não tenho rede social” -, mas considerou “interessante” o debate
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