A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) elevou nesta sexta-feira, 15, o rating soberano de Portugal de BB+ para BBB-, com perspectiva estável. Isso significa que o país voltou para o “grau de investimento”, classificação que serve como um selo de bom pagador.
A S&P ainda elevou a estimativa para o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) português entre 2017 e 2020 de 1,5% para 2,0%. Em relatório, a agência afirma esperar que a meta para o déficit orçamentário de 1,5% do PIB neste ano seja cumprida e que os riscos para uma deterioração do mercado nas condições de financiamento externo tenham recuado.
A S&P ainda disse acreditar que o Banco Central Europeu (BCE) vai garantir uma transição suave rumo a uma posição monetária menos acomodatícia e que a perspectiva estável é um reflexo da visão da agência de que os riscos para os ratings português estão equilibrados.
“A perspectiva estável equilibra nossas expectativas de um crescimento econômico sólido e maior consolidação orçamentária – bem como o recuo dos riscos para o financiamento externo nos próximos dois anos – ante os riscos de uma piora do ambiente de crescimento externo e vulnerabilidades emanando da alta dívida do setor público”, comentou a S&P.
Pigs. Portugal foi um dos países europeus que mais sofreram com a crise financeira global, iniciada em 2008 com a quebra do banco americano Lehman Brothers, que era o quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos.
Com Grécia, Espanha e Irlanda, Portugal integrava a sigla pouco lisonjeira – Pigs. Foram esses quatro países que mais sofreram com a crise. Os déficits orçamentários eram gigantes, a dívida pública explodiu e as taxas de desemprego chegaram a níveis altíssimos.