A potência instalada em usinas de energia solar fotovoltaica no Brasil chegou a 14 GW (gigawatts), segundo cálculo da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) divulgado nesta quarta-feira, 19. A quantidade equivale a uma Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do planeta. Dados da Itaipu Binacional indicam que as 20 unidades geradoras fornecem cerca de 8,6% da energia consumida no Brasil, e supre 86,3% da demanda do Paraguai.
No caso das grandes usinas solares fotovoltaicas, elas estão espalhadas em várias partes do país, com predominância para o Nordeste, que concentra 59,8% do total, no mapeamento da Absolar. Outros 39,1% estão no Sudeste, 0,5% no Sul, 0,3% no Norte e também 0,3% no Centro-Oeste.
Ainda segundo o levantamento da associação, desde 2012 os empreendimentos somaram R$ 60,7 bilhões em investimentos, e mais de 424 mil empregos foram criados. O valor inclui os R$ 4 bilhões que foram empregados para criar o Complexo Solar Janaúba, no norte de Minas Gerais, inaugurado em julho de 2023 e considerado o maior conjunto de usinas solares fotovoltaicas do país.
A área de Janaúba equivale a 22 parques Ibirapuera, onde estão instalados 2,2 milhões de módulos solares. Sozinha, ela tem capacidade instalada de 1,2 GW (quase 10% de todas grandes usinas solares do país), e o que é gerado no complexo seria suficiente para abastecer 1,8 milhão de domicílios, superior a um terço de todas as residências da cidade de São Paulo..
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Mais grandes usinas
As grandes usinas integram a chamada geração centralizada. Outro tipo de geração de energia, a distribuída, é aquela onde os painéis ficam nos telhados das residências e comércios, quintais e garagens. Somadas, as duas chegam a 43 GW de potência instalada.
Isso faz com que a fonte de energia solar seja a segunda maior do país, segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tabulados pela Absolar. Ela representa 18,7% dos 230 GW da matriz energética brasileira. Já as hidrelétricas respondem por 109,95 GW, mais do que o dobro da solar, com 47,8% do total. Em terceiro fica a eólica, com 30 GW (13% de toda matriz energética brasileira).
A perspectiva é a de que a energia centralizada ultrapasse Itaipu ainda neste ano, já que novas grandes usinas solares fotovoltaicas devem entrar em operação. Só até maio de 2024 foram adicionados 6 GW (soma das duas modalidades). A previsão do setor é a que outros 3,3 GW devem ser acrescidos ainda neste 2024.
“Somente para as usinas solares centralizadas, nossa melhor estimativa é chegar em cerca de 15 GW de potência acumulada no final deste ano”, afirma Carlos Dornellas, diretor técnico-regulatório da Absolar.
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