Em um cenário de inflação elevada, juros em dois dígitos e salários baixos, os saques da caderneta de poupança superaram os novos depósitos em R$ 5,9 bilhões em setembro. Essa foi a segunda maior retirada para o mês na série histórica do Banco Central, só atrás do saldo negativo de R$ 7,719 bilhões em setembro do ano passado.
O ano de 2022 tem mostrado um quadro de fortes retiradas da caderneta. Em agosto, as retiradas líquidas já haviam sido R$ 22 bilhões, o maior valor em um único mês da história. No acumulado do ano até setembro, a poupança tem saldo negativo de R$ 91,1 bilhões, volume que supera o ano todo de 2015, que, até hoje, teve a maior retirada anual da série histórica (-R$ 53,6 bilhões). Em 2022, somente o mês de maio registrou depósitos líquidos, de R$ 3,5 bilhões.
Em setembro, foram colocados R$ 308,7 bilhões e retirados R$ 314,6 bilhões na poupança. Considerando o rendimento de R$ 6,5 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 992,4 bilhões no fim do nono mês deste ano.
Atualmente, com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,1787% ao mês (2,17% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.