PPA prioriza exportações para reduzir vulnerabilidade

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Por Agencia Estado
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O destaque colocado nas exportações para a redução da vulnerabilidade externa, um dos pilares do Plano Plurianual (PPA) 2004-2007 apresentado ontem pelo governo, demonstra que a diminuição da dependência brasileira de capitais estrangeiros depende muito mais das vendas externas do que do incremento do investimento direto estrangeiro (IDE). Na avaliação da professora Virene Roxo Matesco, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV-RJ e conselheira da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização), embora o IDE seja fundamental para a atração de tecnologia e geração de empregos, ele também é fonte de saída de capital remessa de lucros. "É claro que o IDE é bem vindo, mas a única saída para reduzir a vulnerabilidade é duplicar o volume de exportações", ressalta. "As idéias são boas e muito importantes, mas precisam ser acompanhadas de um programa muito amplo", completa. O presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Primo Roberto Segatto, destaca que o aumento das exportações depende de incentivos para que as empresas possam suprir o mercado interno, quando a demanda for retomada, e ao mesmo tempo aumentar o excedente exportável. As altas taxas de importação de máquinas e equipamentos, segundo Segatto, é um entrave à modernização da indústria nacional e à atração de multinacionais. A professora Virene vai além. Sem infra-estrutura adequada e sem estabilidade econômica, a empresa estrangeira perde competitividade para exportar a partir do Brasil. E pior. Não realiza suas potencialidades de geração de emprego. Outro ponto, segundo ela, é que o País não vai atrair empresas estrangeiras se não tiver um marco regulatório claro, algo que realmente está faltando. "Não há consenso sobre isso nem dentro do partido do governo", diz.

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