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Prefeitura de Recife oferece rede de academias ao ar livre com parceiro privado

Com modelo de gestão inovador, município garante o bom funcionamento dos equipamentos e equipe de profissionais especializados para atender os usuários

Foto do author José Fucs
Atualização:

Um dos projetos de parceria destacados na edição de 2024 do Mapa da Contratualização, produzido pela Comunitas, uma organização dedicada à melhoria da gestão pública, é o Academia Recife, desenvolvido pela prefeitura da cidade, que inclui uma rede de academias ao ar livre instaladas em praias, parques e praças.

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Criado em 2014 para estimular a prática de atividade física pela população, em especial por parte dos idosos, e como uma ação de saúde preventiva, o programa inclui 28 academias e o primeiro circuito público de cross trainning do País, uma modalidade de treinamento que mistura vários tipos de exercícios e equipamentos, como cordas, pneus, pesos e bolas, para desenvolver a resistência e a agilidade dos praticantes.

“A gente está trabalhando com política de saúde preventiva de longo prazo”, afirma o secretário executivo de Fomento ao Esporte da prefeitura, Gabriel Perrusi, que é formado em educação física e foi sócio de uma rede de academias. “Cada US$ 1 investido em saúde preventiva gera uma economia de US$ 4 a US$ 6 em saúde corretiva ao longo do tempo.”

Prefeitura diz que as academias públicas espalhadas pela cidade atraem cerca de 50 mil usuários por ano Foto: Mauricio Ferry/Prefeitura de Recife

Segundo ele, as academias públicas de Recife funcionam como as unidades privadas tradicionais e seguem um modelo de gestão inovador, que garante seu bom funcionamento e um atendimento de qualidade aos cerca de 50 mil que participam do programa por ano. Para oferecer profissionais especializados aos usuários, a Secretaria Municipal de Esportes fechou um contrato com uma organização social (OS), o Instituto de Gestão do Esporte e da Cultura (IGEC). Já os equipamentos são alugados de uma empresa do ramo, também encarregada de fazer a manutenção dos mesmos.

No total, de acordo com Perrusi, o programa custa em torno de R$ 9 milhões por ano para a prefeitura, incluindo o atendimento e o acompanhamento dos usuários e o aluguel e a manutenção dos equipamentos, o equivalente a R$ 190 per capita por ano ou R$ 16 por mês, bem abaixo do custo de uma academia privada. O pagamento à OS é efetuado conforme o cumprimento das metas previstas no contrato, como o atendimento a idosos, atividades desempenhadas e aplicações de pesquisas com usuários.

Cada academia, segundo Perrusi, é atendida por uma equipe composta por dois professores, dois estagiários e um auxiliar de limpeza, além de um coordenador, que atende de três a quatro academias, encarregado de supervisionar os profissionais e acompanhar os resultados do programa. O contrato com o IGEC prevê também o oferecimento de nutricionistas para os usuários que precisarem de atendimento na área.

As academias, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 5h30 à 9h30 e das 17h às 21h e aos sábados, das 4h às 6h, oferecem também aulas coletivas e de dança. Para ter acesso à rede, o usuário tem de fazer o agendamento no aplicativo do município e depois o professor confirma se ele foi ou não. Com isso, a secretaria pode acompanhar a frequência dos usuários, além de avaliar a demanda por academia e ver se há necessidade de promover alguma ação adicional na unidade.

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“A academia é um organismo vivo. A gente precisa de agilidade para tomar decisão e ser assertivo. Se a gente estivesse operando tudo isso com os profissionais que tem na Prefeitura, nós não teríamos a velocidade necessária para contratação, implantação e mudança de direção, que é muito necessária numa gestão de academia”, diz Perrusi. “Quando a gente compara com a iniciativa privada, uma das grandes diferenças que eu enxergo é que o setor público não consegue imprimir a velocidade necessária que a sociedade precisa e isso faz com que haja uma percepção ruim sobre os serviços prestados pelas prefeituras, pelos Estados.”

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