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Prefeitura de São Paulo envia projeto à Câmara em novo passo para privatização da Sabesp

Medida sugere revogação do texto que determina que serviços de saneamento no município só poderiam ser prestados pela Sabesp

Foto do author Elisa Calmon

A Prefeitura de São Paulo enviou na terça-feira, 19, à Câmara Municipal o projeto de lei 163/2024. A medida autoriza o Poder Executivo a firmar convênios de serviços de saneamento por meio de entidade de governança metropolitana ou Unidade Regional de Água e Esgoto (Urae).

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Por outro lado, sugere a revogação do texto que determina que esses serviços só poderiam ser prestados pela Sabesp. Essa mudança é um dos pré-requisitos para a desestatização da companhia de saneamento.

O projeto prevê que o Executivo poderá autorizar a substituição do contrato vigente de prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, em contrato de concessão, desde que demonstrada o benefício da “substituição para o município”.

Caso a substituição inclua alteração de prazo, deverá ser assegurada uma contrapartida financeira ao município ou a majoração do porcentual destinado ao Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI). Em caso de contrapartida financeira, os recursos serão destinados ao FMSAI e reservados unicamente para investimentos, proibido o uso para custeio.

Privatização da Sabesp é desejo do governo estadual comandado por Tarcísio de Freitas Foto: Nilton Fukuda / Estadão

O projeto destaca também que os contratos e ajustes celebrados devem obrigatoriamente resguardar as prerrogativas e vantagens conferidas ao município pelo contrato vigente de prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Entre elas, a previsão de universalização dos serviços de água e esgoto até 2029 e manutenção da tarifa social.

Além disso, devem manter a destinação de, ao menos, 7,5% da receita bruta obtida a partir da exploração dos serviços de abastecimento de água e esgotamento para o Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI). Enquanto isso, pelo menos 13% da receita devem ser usados para investir em ações de saneamento básico e ambiental de interesse do município.

“A Sabesp e o município pactuarão o término do convênio atualmente existente, pelo qual a Sabesp destina a totalidade dos valores a ela pagos pelo município, descontados os tributos incidentes, à realização de ações em saneamento básico e ambiental de interesse do município”, diz o projeto.

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Privatização

Em relatório, o Itaú BBA destaca que este é mais um passo necessário no processo de privatização da Sabesp, principalmente considerando a relevância da cidade de São Paulo, que representa cerca de 45% do faturamento da empresa. “No geral, os principais pontos do projeto de lei vieram alinhados com as nossas expectativas”, escrevem os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Victor Cunha.

Já o Safra avalia que o projeto de lei evidencia que as negociações com a cidade de São Paulo estão progredindo bem, o que é fundamental para o processo de privatização da Sabesp. Contudo, segundo o banco, a inclusão de uma potencial compensação financeira no caso de prorrogação do contrato seria equivalente a uma taxa de concessão, e isso teria que ser considerado no valuation da companhia antes da privatização.

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