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Presidente do BC americano diz que ‘chegou a hora’ de cortar taxas de juros

Segundo Jerome Powell, cronograma e o ritmo de cortes nas taxas vão depender, porém, dos dados e do balanço de riscos

Foto do author Aline Bronzati
Atualização:

NOVA YORK E SÃO PAULO - O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou nesta sexta-feira, 23, que chegou o momento de ajustar a política monetária nos Estados Unidos, depois do aumento mais rápido nas taxas de juros em 40 anos. O cronograma e o ritmo de cortes nas taxas vão depender, porém, dos dados e do balanço de riscos, conforme ele.

“Chegou a hora de a política se ajustar. A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes de taxas dependerão dos dados recebidos, da perspectiva em evolução e do equilíbrio do balanço de riscos”, disse em discurso de abertura do Simpósio de Jackson Hole.

Powell afirmou que inflação nos Estados Unidos caiu significativamente e que está mais confiante de que os preços estão em um caminho sustentável Foto: Roberto Schmidt/AFP

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O presidente do Fed afirmou que a inflação nos Estados Unidos caiu significativamente e que está mais confiante de que os preços estão em um caminho sustentável, de volta à meta do BC, de 2% ao ano. Quanto ao mercado de trabalho americano, avaliou que não está mais superaquecido e esfriou “consideravelmente”. “As condições agora são menos apertadas do que as que prevaleciam antes da pandemia”, afirmou ele.

“No geral, a economia continua a crescer em um ritmo sólido. Mas os dados de inflação e mercado de trabalho mostram uma situação em evolução”, acrescentou, ressaltando que os dirigentes do Fed estão atentos aos riscos para ambos os lados do nosso mandato duplo.

Powell afirmou que a autoridade monetária fará tudo o que estiver a seu alcance para apoiar um mercado de trabalho forte nos Estados Unidos. “Faremos tudo o que pudermos para dar suporte a um mercado de trabalho forte à medida que avançamos em direção à estabilidade de preços”, disse.

Segundo ele, há boas razões para pensar que a economia americana retornará a uma inflação de 2% ao ano, mantendo um mercado de trabalho forte. “O nível atual de nossa taxa básica de juros nos dá amplo espaço para responder a quaisquer riscos que possamos enfrentar, incluindo o risco de enfraquecimento adicional indesejado nas condições do mercado de trabalho”, disse o presidente do Fed à plateia de banqueiros centrais, economistas e acadêmicos.

Equilíbrio entre demanda e oferta

O presidente do Fed afirmou ainda que a política monetária restritiva nos Estados Unidos ajudou a restaurar o equilíbrio entre demanda e oferta, que foram impactados durante a pandemia de covid-19.

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“Nossa política monetária restritiva contribuiu para uma moderação na demanda agregada, que combinada com melhorias na oferta para reduzir as pressões inflacionárias, permitiu que o crescimento continuasse em um ritmo saudável”, disse.

Ele afirmou ainda que o desemprego nos EUA continua baixo para os padrões históricos e que não tem subido motivado por demissões, como tradicionalmente acontece em crises econômicas.

“Em vez disso, o aumento (do desemprego) reflete principalmente um aumento substancial na oferta de trabalhadores e uma desaceleração do ritmo frenético de contratações anteriormente”, destacou. Na sua visão, parece improvável que o mercado de trabalho nos EUA seja fonte de pressões inflacionárias.

Powell ponderou, contudo, que o Fed não busca nem recebeu bem o esfriamento laboral no país. “Os riscos de alta para a inflação diminuíram. E os riscos de baixa para o emprego aumentaram”, avaliou. “Estamos atentos aos riscos para ambos os lados do nosso mandato duplo”, acrescentou.

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