Não há sinais de que os EUA precisam ter pressa para cortar juros, diz presidente do Fed

Powell também abordou a questão fiscal, com a ressalva de que não cabe ao banco central americano opinar sobre a política do governo, mas repetiu que a trajetória da dívida é insustentável

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, indicou nesta quinta-feira, 14, que a autoridade monetária não pretende acelerar o processo de relaxamento monetário. “A economia não está enviando quaisquer sinais de que precisamos ter pressa em baixar os juros”, afirmou, em discurso durante evento em Dallas, Texas.

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Powell explicou que a força recente da atividade econômica permite ao Fed adotar uma abordagem cautelosa ao tomar decisões. “Em última análise, a trajetória da taxa básica dependerá da evolução dos dados recebidos e das perspectivas econômicas”, disse.

Ele reiterou que a política monetária está se movendo em direção a “configurações mais neutras”, mas garantiu que os juros não estão em uma trajetória predefinida. Durante discurso em evento no Texas, Powell reforçou o compromisso da autoridade monetária com o cumprimento do mandato duplo de preços e emprego.

Jerome Powell disse ter confiança de que será possível controlar a inflação sem enfraquecer demais o mercado de trabalho dos Estados Unidos Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

Powell acrescentou que o Fed quer retornar a inflação à meta sem impor aumento “doloroso” na taxa de desemprego e se disse “confiante” de que é possível manter a força do mercado de trabalho ao mesmo tempo que a inflação caminha “sustentadamente” em direção à meta de 2%. “Ao considerar ajustes adicionais ao intervalo-alvo para a taxa dos Fed-Funds (os juros), avaliaremos cuidadosamente os dados recebidos, a evolução das perspectivas e o equilíbrio dos riscos”, comentou.

Para ele, no momento, os riscos entre o cumprimento dos dois lados do mandato do Fed estão praticamente equilibrados, mas alertou que um corte de juros excessivamente rápido poderia reverter os progressos na contenção das pressões inflacionárias. “Ao mesmo tempo, uma redução muito lenta da restrição política poderia enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego”, disse.

Novo governo

Ao comentar a eleição de Donald Trump, Powell disse que “ainda é cedo” para mensurar o impacto da agenda do presidente eleito na economia. Durante evento, o mandatário do Fed explicou que ainda não se sabe quais políticas serão implementadas e, por isso, há tempo para avaliá-las antes de analisar o efeito econômico. “Não quero especular”, disse.

Powell voltou a exaltar a independência do Fed e garantiu que há apoio nos dois partidos em Washington de que a autonomia é um fator importante. De qualquer forma, o banqueiro central destacou que quer ficar “o mais distante” possível de assuntos políticos. Segundo ele, ao tomar as decisões, as intenções dos partidos políticos não são levadas em conta.

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O líder do Fed reiterou que não cabe ao Fed opinar sobre a política fiscal, mas repetiu que a trajetória da dívida é insustentável. “Isso terá de ser abordado em algum momento”, comentou ele, que assegurou que as contas públicas não representam um fator que é levado em consideração na definição da política monetária neste momento.

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