A Previ solicitou à CVM (Comissão de Valores Imobiliários) a divulgação aos acionistas da Vale da ata da reunião do conselho de administração que expôs o impasse na companhia pela sucessão do atual presidente, Eduardo Bartolomeo.
O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que é um dos principais acionistas de referência da empresa, divulgou um comunicado na noite desta sexta-feira, 1º, informando que enviou um ofício à CVM solicitando a providência sobre a reunião do último dia 15.
Como mostrou o Estadão, a tentativa de interferência política do governo Lula na companhia provocou uma divisão do conselho. No dia 15, seis conselheiros, liderados por investidores estrangeiros, votaram pela permanência de Bartolomeo no cargo. Outros seis, entre os quais a Previ e a Bradespar, optaram pela formação de uma lista tríplice para a seleção do sucessor do atual presidente.
O conselho está dividido desde que aumentaram as pressões do governo de influenciar na troca de comando da Vale. Lula tentou sem sucesso emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência da empresa e também no conselho de administração. Na última semana, em entrevista à RedeTV, Lula disse que a “Vale não pode pensar que é dona do Brasil” e que precisa estar de acordo com o entendimento de desenvolvimento do governo.
Os estrangeiros são os mais refratários à influência do governo na companhia, por isso passaram a defender a permanência do atual presidência.
Do lado da Previ, no entanto, os sócios entendem que estão seguindo as regras de governança da companhia. Por isso, desejam que a ata da reunião do dia 15 de fevereiro se torne pública entre os acionistas.
O entendimento é que a empresa de recursos humanos contratada para a sucessão indicou que não deveria haver uma recondução imediata, mas a formação de uma lista tríplice com nomes globais em que Bartolomeo poderia estar como um dos candidatos.
Dessa forma, nem a Previ nem os demais sócios que optaram pela lista tríplice estariam infringindo as regras de governança, na avaliação deles.
Os conselheiros estão insatisfeitos com a repercussão que o caso tomou e temem por estragos adicionais no valor de mercado da companhia. Neste ano, as ações da Vale já caíram 15%.
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