BRASÍLIA - A economia brasileira cresceu 0,10% em novembro, na comparação com outubro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) com ajuste sazonal, divulgado nesta quinta-feira, 16. O indicador é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado contrariou a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava queda de 0,10%. As estimativas iam de -1,20% a 0,30%.
O índice subiu de 154,0 para 154,2 pontos no período, o maior nível da série histórica. O BC revisou os resultados de outubro (0,14% para 0,09%), setembro (0,88% para 0,73%) e agosto (0,30% para 0,28%). O crescimento do IBC-Br no terceiro trimestre, na comparação com o segundo, foi revisto de 1,23% para 1,11%.
Revisões na série com ajuste sazonal são comuns. Desta vez, o BC também atualizou os dados devido à criação do feriado do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
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Na comparação com novembro de 2023, o IBC-Br cresceu 4,11% na série sem ajuste sazonal, pouco abaixo da mediana das previsões (4,30%). O índice chegou aos 150,7 pontos, o maior nível para meses de novembro na série histórica.
De janeiro a novembro de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023, a economia brasileira cresceu 3,76%. Na soma de 12 meses até novembro do ano passado, o crescimento foi de 3,58%.
O indicador cresceu 0,89% no trimestre móvel encerrado em novembro, na comparação com os três meses anteriores, considerando a série com ajuste sazonal. Na série sem ajuste, o IBC-Br expandiu 5,52% no trimestre até novembro, frente ao mesmo período de 2023.
Desaceleração da atividade econômica
O IBC-Br de novembro veio em linha com as estimativas da XP Investimentos e confirmou a desaceleração da atividade econômica, na avaliação do economista da corretora Rodolfo Margato.
“A maioria dos componentes do PIB deve apresentar uma desaceleração em relação aos trimestres anteriores, com destaque para a indústria e o varejo. Esses setores enfraqueceram em novembro, e os indicadores coincidentes de dezembro não são animadores”, afirma.
A estimativa de alta frequência da XP indica crescimento de 0,5% para o PIB do quarto trimestre e 3,5% para 2024.
A projeção para 2025 é de expansão de 2% da atividade, que “provavelmente perderá força nos próximos trimestres, principalmente devido à inflação mais alta (o que implica em um crescimento mais lento da renda disponível das famílias), condições financeiras mais apertadas e menor impulso fiscal”, segundo o economista./Com Gabriela Jucá