‘Prioridade no Mercosul será convergência em moeda comum’, diz secretária da Fazenda

Tatiana Rosito afirmou que o Brasil vai promover mudanças operacionais concretas no Sistema de Pagamentos em Moeda Local para fortalecer o mecanismo de compensação e incentivar seu uso

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

PUERTO IGUAZÚ - A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou nesta segunda-feira, 3, que o Brasil, na presidência pro tempore (por seis meses) do Mercosul a partir desta terça-feira, 4, terá como prioridade a convergência macroeconômica em moeda comum no bloco. A diplomata de carreira representou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na reunião de ministros e presidentes de Bancos Centrais do Mercosul.

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A cúpula acontece em Puerto Iguazú, Argentina. Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi representado pelo chefe adjunto do Departamento de Assuntos Internacionais do Banco Central, Marcelo Aragão.

Em conversa com jornalistas, Rosito ressaltou que o Brasil vai promover, em sua presidência pro tempore do Mercosul — ou seja, até o final do ano — mudanças operacionais concretas no Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), de modo a fortalecer o mecanismo de compensação e incentivar seu uso.

De acordo com a secretária, para o médio prazo, o mercado pode esperar uma multilateralização do SML, que hoje é bilateral. “A gente está dando um passo a mais, com uma visão de longo prazo, de maior integração financeira do Mercosul”, disse Rosito, em entrevista coletiva. “O SML tem funcionado muito aquém do seu potencial”, acrescentou.

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Regras harmônicas do SML, disse Rosito, poderiam servir de base para as transações em moedas locais, não mais em dólar, de forma rápida e segura. Ela destacou que o Banco Central apoia as medidas operacionais para fortalecer o SML e, no longo prazo, a “consequência natural” seria a adoção de uma moeda comum no Mercosul, embora nenhum prazo tenha sido precisado.

Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou que transações no SML aconteçam nas respectivas moedas locais. À época, Marcelo Aragão, do BC, que participou da reunião de hoje, chamou de “feliz coincidência” o aprimoramento realizado então no SML e o desejo do governo Lula de aumentar a integração com o Mercosul.

Tatiana Rosito afirmou que o Brasil vai promover mudanças operacionais concretas no Sistema de Pagamentos em Moeda Local para fortalecer o mecanismo de compensação e incentivar seu uso  Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO

Para Tatiana Rosito, o SML ainda poderia ser modelo para transações em moeda comum com outros países. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende a adoção de moedas comuns não só com o Mercosul, mas também com a China.

A auxiliar de Haddad defendeu que a convergência macroeconômica do Mercosul ajudaria a atenuar choques externos e negou que o socorro financeiro à Argentina tenha sido tratado na reunião, da qual também participou o ministro da Economia argentino, Sergio Massa.

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