BRASÍLIA - Em menos de 15 dias, montadoras de carros já solicitaram R$ 320 milhões de créditos do programa automotivo do governo, o que equivale a 64% dos recursos disponíveis para a categoria (R$ 500 milhões), de acordo com balanço divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira, 19.
As montadoras que já solicitaram recursos foram a Renault, Volks, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot, que oferecem 266 versões de 32 modelos com descontos.
De acordo com a Pasta, as montadoras que mais solicitaram créditos foram a FCA Fiat Chrysler, que já usou R$ 130 milhões; a Volks, com R$ 50 milhões; seguida da Peugeot Citroen, com R$ 40 milhões; e a Renault, que usou R$ 30 milhões. Na sequência, aparecem a GM e Hyundai, que pediram R$ 20 milhões cada; e, por fim, Honda, Nissan e Toyota, que solicitaram R$ 10 milhões cada.
Os descontos patrocinados pelo governo variam entre R$ 2 mil e R$ 8 mil e valem para veículos que custam até R$ 120 mil. “As montadoras podem aplicar descontos adicionais por conta própria, como vem ocorrendo”, observou o MDIC.
Sem alteração
No caso das montadoras de ônibus e caminhões, não houve alteração em relação aos montantes já usados e divulgados no balanço da semana passada. Para esses veículos, os descontos variam entre os descontos R$ 33,6 mil e R$ 99,4 mil.
Dez montadoras aderiram ao programa na modalidade ônibus e solicitaram R$ 130 milhões, equivalente a 43% dos R$ 300 milhões disponíveis para a categoria. As montadoras são Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Ford, Volkswagen, Volvo, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal, Marcopolo, Volare, Iveco e Caio Induscar.
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No caso dos caminhões, são 13 montadoras que já usaram R$ 100 milhões, o que corresponde a 14% dos R$ 700 milhões disponíveis. As montadoras que aderiram ao programa automotivo são Volkswagen Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo, Ford, Iveco, Mercedes-Benz Cars & Vans e Daf Caminhões.
Programa é um sucesso
Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, o fato de os recursos estarem rapidamente se esgotando demonstra o potencial deste mercado e a demanda reprimida que se acumulou durante a pandemia, quando os custos em geral subiram e a renda média da população encolheu.
“A velocidade também mostra como o mercado pode reagir positivamente quando houver um acesso mais fácil a linhas de crédito, com juros mais baixos”, afirma Leite.
Para ele, a medida foi benéfica por demonstrar o potencial do mercado de automóveis 0 km. “Deixa um gosto de que poderia ser ainda melhor, caso houvesse maior disponibilização de recursos”, afirma, descartando que o governo ampliará o programa.
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