Dentro da construtora Setin, focada em produtos residenciais de alto padrão, o momento pós-pandemia reforçou ainda mais um mantra interno da companhia, afirma Bianca Setin, diretora de Operações da incorporadora. “O cliente precisa ter o poder de escolha”, afirma a executiva. O que significa, portanto, que o home office é uma realidade que veio para ficar e, pela percepção de vendas de alguns agentes do mercado financeiro, não deve mais voltar a como era no passado recente, antes de 2020, quando o coronavírus varreu o mundo.
Mais do que isso, segundo Bianca, a flexibilidade dos projetos vendidos pela empresa permite, por exemplo, que em uma mesma planta existam dez opções diferentes de propostas. A depender se a preferência é pela suíte master, dois ou três quartos.
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“Mas o escritório, independentemente do tamanho do imóvel, é sempre também uma opção”, explica a executiva da incorporadora Setin.
Comodidade
Como na pandemia todos aprenderam que é possível trabalhar de qualquer lugar, basta ter as condições necessárias para isso, o mercado imobiliário já incorporou essa nova realidade, segundo Bianca. “A questão da localização, ligada à mobilidade, também é algo que conta”, afirma. Assim como a tecnologia agregada aos projetos. Seja em espaços fora do prédio onde os entregadores podem deixar as caixas com as encomendas que o morador pega quando puder, seja em fechaduras inteligentes que podem ser abertas de qualquer lugar por meio de um aplicativo.
No caso dos imóveis voltados para locação, como explica Carolina Burg, sócia-fundadora e CEO da JFL Reality, a realidade é praticamente idêntica à descrita por Bianca Setin. “Não que o volume de procura por aluguel tenha aumentado, mas quem opta pela locação, hoje, está buscando não apenas apartamentos maiores, como também um espaço para trabalhar.”
De acordo com a executiva da JFL Reality, em muitos casos, na realidade, o importante é poder trabalhar perto de casa, mas sem estar necessariamente dentro de casa.
“As áreas comuns, onde existem salas de reuniões, estão sendo bem buscadas nos nossos empreendimentos, até mais que o próprio coworking. As pessoas, agora, trabalham da piscina, da academia”, explica Carolina.
‘Antigo’ normal
Apesar de concordar que o trabalho fluído é uma realidade, ela também percebe, muito pela experiência com a sua própria equipe de trabalho, que ainda existe o grupo que prefere voltar para o escritório. “Nem sempre estar sempre em casa e não estar 100% disponível para o filho porque está trabalhando, de repente, é positivo.” Para a executiva, essa corda bamba entre casa ou escritório ainda poderá mudar daqui para frente.
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